quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012


Câmara de Belo Horizonte contra-ataca nas redes sociais

Presidente Léo Burguês cria departamento para divulgar fatos positivos na internet e melhorar a imagem da Casa


CARLOS RHIENCK
câmara municipal
Câmara de BH enfrentou críticas na internet, principalmente contra tentativa de reajustar salários


Após sucessivos escândalos, o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Léo Burguês (PSDB), utilizou o feriado de Carnaval para tentar melhorar a imagem da Casa. Criou um departamento para divulgar fatos positivos nas redes sociais. O Legislativo de Belo Horizonte conta agora com mais um órgão: a Coordenadoria Adjunta de Redes Sociais. A medida foi feita por meio de decreto e publicada no Diário Oficial do Município do último sábado, durante o Carnaval. 


No decreto, ele insere a Coordenadoria nos órgãos vinculados diretamente à Presidência da Câmara, ou seja, a ele próprio. O objetivo da unidade é acompanhar postagens relacionadas à Casa na internet, promover a comunicação virtual da Presidência, manter contato com entidades do setor e atuar em conjunto com a Superintendência de Comunicação Institucional. No decreto, não existe menção a cargos, com exceção ao de coordenador, que deve ser comissionado. Para que se crie postos de trabalho, é necessário a aprovação de projeto de lei.
 
Burguês e seus pares sofreram diversos ataques nas redes sociais. No último deles, foi divulgada uma marchinha de Carnaval – “Na coxinha da madrasta” – em uma referência direta ao presidente, que comprou salgadinhos na loja da esposa de seu pai. Virou chacota no Carnaval.

Tentativa de reajustar salários foi frustrada
 
Desde outubro do ano passado os vereadores são alvo de denúncias. Gêra Ornelas, por exemplo, teve que renunciar ao mandato depois que o Hoje em Dia o mostrou de cuecas no gabinete parlamentar. A crise piorou com um projeto de lei que reajustava os salários em 61,8%, medida vetada pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB), em virtude do apelo popular. A internet foi utilizada para disseminar os escândalos.
 
Na Assembleia Legislativa e no Governo de Minas não existem departamentos específicos para cuidar das redes sociais. Na Câmara de Belo Horizonte a função era desenvolvida pela Superintendência de Comunicação, assim como na maior parte dos órgãos públicos estaduais e municipais. A unidade de comunicação é composta por jornalistas que cuidam da imagem do Legislativo, seja em qualquer mídia.

Atualmente, já trabalha com a imagem do Legislativo nas redes sociais. No twitter, por exemplo, os servidores comentam postagens dos vereadores e lançam mensagens de projetos considerados positivos para a Câmara. Deixam de fora matérias críticas e polêmicas.
 
Agora, o novo departamento será especializado nas questões cibernéticas. E terá como chefe imediato Léo Burguês. Pelo decreto criado no último sábado, o gabinete da Presidência, que antes contava apenas com o Setor operacional, passa a ter também a Coordenadoria Adjunta de Redes Sociais.
 
O presidente já havia conseguido criar mais departamentos e cargos na Casa, por meio de projeto sancionado neste ano. No último sábado, ele também realizou nomeações para os postos. As indicações foram da Mesa Diretora, presidida por Burguês. Os salários podem chegar a R$ 9 mil. O presidente Léo Burguês não foi encontrado na quarta-feira (22) para explicar e comentar o assunto. A assessoria de comunicação da Casa não funcionou.

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