O agente de segurança penitenciária Sebastião Rodrigues Moura, 49, foi baleado na cabeça ao tentar impedir a fuga de três ladrões que haviam acabado de assaltar uma joalheria em plena tarde, na região central da cidade, no dia 14 de março. Os criminosos
- um deles foi baleado de raspão - foram presos. A vítima morreu no dia seguinte.
De acordo com informações da Polícia Militar, os bandidos agiram por volta das 14h45 na Eduardo Joias, localizada no cruzamento das ruas Paes Leme e Quatro de Abril. Armado com um revólver calibre 38, um homem invadiu o estabelecimento e anunciou o assalto aos funcionários.
“Estava no balcão quando ele entrou e logo colocou a arma na minha cabeça. Ficou fazendo ameaças de que ia me matar e também aos outros. Ele passou para o nosso lado e nos obrigou a abrir o cofre. Pegou um saco preto e começou a enchê-lo com tudo o que via, inclusive fez a gente tirar o que usávamos”, relatou E.C., uma das funcionárias vítimas do assalto.
Ainda segundo a trabalhadora, toda a ação durou cerca de dez minutos. Nas ameaças, o homem dizia que, se alguém reagisse, um comparsa dele, que o aguardava do lado de fora, também entraria na joalheria e o ajudaria a matar os reféns.
Já com o saco recheado de joias, o criminoso deixou o local, no entanto foi surpreendido por Sebastião na esquina. “Eles ficaram cara a cara e logo ouvi os tiros”, relata F.A., outro funcionário da joalheria. O agente, segundo foi apurado, fazia o trabalho de segurança para algumas lojas da região central.
Após uma breve encarada, Sebastião sacou a pistola calibre 380 que carregava na cintura, mas assim que disparou contra a barriga do assaltante, também foi atingido por um tiro a queima-roupa na testa. Os dois caíram. O agente de segurança, entretanto, ficou inconsciente.
Testemunhas acionaram a Polícia Militar e uma viatura que patrulhava a região central chegou ao local menos de dois minutos depois. O criminoso, identificado como Jonathan Camargo Grejo, ainda estava ao lado de Sebastião quando foi preso. O tiro dado pelo agente atingiu sua coluna, deixando-o paraplégico instantaneamente.
Sebastião agonizou na calçada por quase 15 minutos, quando a primeira viatura do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou ao local. Praticamente no mesmo minuto, a esposa dele chegou e, muito agitada, precisou ser medicada.
Com perda da massa encefálica, Sebastião foi entubado e levado às pressas para a sala de cirurgia do mesmo Hospital das Clínicas. Segundo o médico-socorrista André Luis Caracio, o estado de saúde dele era considerado gravíssimo. Seu óbito, no entanto, foi constatado quase 24h após o ocorrido.
Além de Jonathan, também foram presos naquele mesmo dia Julio César de Almeida, 39, e Roger Luiz Cardoso de Moura, 23. No início de dezembro, os dois primeiros foram condenados a 26 anos e dez meses de reclusão em regime fechado cada. Eles ainda tiveram negado o direito de recorrer em liberdade. Já Roger foi absolvido por falta de provas.
fonte diário de Marilia