Rebelião terminou após chegada da Tropa
de Choque (Foto: Reginaldo dos Santos/EPTV)
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou, na tarde
desta segunda-feira (15), que os dois presos mortos durante
uma rebelião de quase 22 horas
na Penitenciária de Itirapina foram agredidos com golpes de estiletes.
As vítimas cumpriam pena por furto e roubo, além de outros crimes não
divulgados. A SAP informou que abriu procedimento pela Corregedoria
Administrativa do Sistema Penitenciário para apuração do ocorrido e fez
transferências de presos para ajudar nas investigações.
De acordo com a Polícia Militar, dois detentos se entregaram e
confessaram as mortes dos companheiros. O secretário geral do Sindicato
dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo, João
Alfredo de Oliveira, acredita que as mortes não estavam relacionadas à
rebelião e sim a uma briga entre os presos. "É coisa para ser apurada,
mas a gente acha que é richa entre eles", afirmou.
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Segundo a SAP, os mortos são Flávio Roberto da Silva, de 32 anos, que
cumpria pena de 16 anos por furto e outros crimes não informados, e
Antônio Washington de Souza, de 39 anos, que cumpria pena de 20 anos por
roubo e outros crimes não informados. A SAP não confirmou o motivo dos
homicídios.
Transferências
O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional informou que
75 presos foram transferidos
da Penitenciária na manhã desta segunda. A SAP confirmou as
transferências, mas não divulgou a quantidade e o destino dos presos por
questões de segurança. O presídio, que tem capacidade para 210 presos
no regime fechado, abrigava 602 até então.
Rebelião na penitenciária de Itirapina terminou com
2 mortos
Rebelião
O motim teve início às 11h de domingo (14) e manteve 68 reféns, sendo
51 mulheres, sete homens e 10 menores de 18 anos. A Tropa de Choque foi
chamada e chegou ao local por volta das 6h30 desta segunda-feira, mas
não precisou invadir a penitenciária, já que houve negociação. Todos os
reféns foram soltos sem ferimentos, às 8h20, e os presos retornaram as
celas. Não houve danos ao patrimônio, segundo a SAP.
O sindicato Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado
de São Paulo informou que os presos tentaram render os funcionários, mas
não conseguiram e, com isso, a rebelião perdeu força.
A mãe de um presidiário, que não quis ser identificada, disse que o
incidente teve início quando uma visitante foi impedida de entrar por
problemas na documentação. Ela afirmou que viu um preso carregando a
cabeça de outro que teria sido decapitado no local. Segundo ela, o
problema com a entrada da visitante foi apenas o estopim para que os
detentos fizessem outras reivindicações como a presença de médicos,
atendimento judiciário e a ampliação do horário de visita até as 16h.
Atualmente, ele é encerrado às 15h.
A SAP não comentou as reivindicações dos presos, mas, durante a manhã, a
diretoria da penitenciária convidou cinco familiares de detentos para
entrar e conhecer as condições no local.
Operação
Pelo menos três ônibus e 10 viaturas da Tropa de Choque deixaram a
capital durante a madrugada para conter a rebelião. No domingo, muitas
viaturas da PM vieram de várias cidades para reforçar a situação. O
helicóptero Águia também foi acionado.
Reféns foram liberados da Penitenciária após quase 22 horas (Foto: Reginaldo dos Santos/EPTV)