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Um homem de 48 anos foi baleado na tarde desta quarta-feira (18) no pátio da Policlínica Municipal de Araçuai (MG) no Vale do Jequitinhonha. Ele faleceu horas depois de dar entrada no hospital São Vicente de Paulo.
Segundo a Polícia Militar, o carroceiro Manoelito Pereira dos Santos, 48 anos, residente na rua Dom Serafim, no bairro Santa Teresa, foi baleado no peito e região das virilhas, por dois agentes penitenciários do presídio da cidade. Eles escoltavam quatro presos que realizavam atendimento no local.
Familiares do carroceiro informaram que ele fazia tratamento de epilepsia e há dois dias havia sido medicado no hospital São Vicente, após uma crise.
Funcionários da policlínica contaram que tudo foi muito rápido. Segundo eles, Manoelito Pereira chegou à Policlínica por volta das 13:30hs, armado com um machado . Ele aproveitou que a porta da farmácia estava aberta e ameaçou a farmacêutica e a atendente que faziam distribuição de remédios.
“ Ele começou a gritar: vocês vão me dar ou não !, sem explicar o que queria”, contou uma funcionária.
"A farmacêutica Betânia Borges conseguiu escapar para o pátio mas foi seguida pelo carroceiro", disse ela.
“ Foi um grande tumulto. Muitos pacientes que esperavam na fila de consulta, começaram a passar mal. Houve correria e muita gritaria já que no horário deveria ter pelo menos 150 pessoas aguardando atendimento. Nisso escutamos três ou quatro tiros”, disse a atendente de enfermagem, Mara Santos Neiva, 55 anos.
“ Pensei que era uma rebelião com tentativa de resgate dos presos”, afirmou Felipe Magalhães, de 24 anos que estava no local na hora da confusão.
Após ser baleado, a Polícia Militar foi acionada para dar socorro ao carroceiro que foi levado para o hospital local por volta das 14 horas. Ele faleceu cerca de duas horas depois.
A delegada da Polícia Civil Ana Paula Balbino foi chamada ao hospital. Ela declarou que ainda não tinha detalhes dos fatos e que vai aguardar o Boletim de Ocorrência para decidir que medidas serão tomadas.
O diretor do presídio Edmar Cassemiro não quis dar declarações sobre o fato. Ele acompanhou os dois agentes até o quartel da Polícia Militar, onde foi lavrado Boletim de Ocorrência. Um deles foi identificado apenas como agente Nascimento . O outro não estava com a identificação no uniforme. Eles não quiseram falar com a reportagem.
A irmã do carroceiro, Laurinda Pereira, de 60 anos, contou que seu irmão era solteiro e morava com a mãe que é aposentada. Ela informou que Manoelito saiu de casa após o almoço, para apanhar lenha com sua carroça . Ela disse também que desde segunda-feira ele estava bastante agressivo, andando de um lado para o outro. “ Ele tomava remédios controlados e fazia uso de bebida alcoólica” revelou a mulher.
“ Se não fossem estes agentes de segurança poderia ter ocorrido uma tragédia aqui dentro da Policlínica já que aqui não existe nenhuma segurança”, admitiu a auxiliar de enfermagem, Terezinha de Fátima Alves, 58 anos.
A atendente da farmácia básica, Jaqueline Moreira Lopes, e a farmacêutica Betânia Borges, que foram ameaçadas pelo carroceiro, estão em estado de choque e não foram localizadas para comentar o assunto.
Funcionários da Políclinica disseram que um paciente fez imagens pelo celular de todo o tumulto.
Sérgio Vasconcelos
Repórter