Idosa de 76 anos é presa por levar droga para neto no ES
Durante
anos, a pensionista Cidália Krugel de Souza, 76 anos, visitou seu neto
–, preso por tráfico de drogas –, na cadeia, sem passar por revista, por
não levantar a menor suspeita. Mas, neste domingo (12), ela também
acabou presa, porque foi flagrada tentando entrar com buchas de maconha
num presídio do Xuri, em Vila Velha.
Dona
Cidália visitaria o neto – que está preso há 3 anos e 4 meses – na
Penitenciária Estadual Vila Velha I (PEVV I). Mas, antes, cumprindo um
protocolo de segurança, teve que passar, acompanhada de uma agente
penitenciária, pela esteira do body scan, um aparelho que escaneia o
corpo inteiro do visitante.
No
exame, o flagrante: imagens identificaram a presença de um pacote
envolvido em um pano, fixado na virilha da idosa. O material foi
recolhido, e a vigilância constatou que dentro do pacote estavam 46
buchas de maconha, prontas para consumo.
Agentes
penitenciários contaram que já havia denúncias e suspeitas de que a
idosa estivesse transportado drogas para dentro do presídio. Porém,
devido à sua idade avançada e dificuldade de andar – a mulher faz uso de
uma bengala –, por diversas vezes ela foi poupada de passar pela
esteira.
Neste
domingo, no entanto, dona Cidália foi conduzida até a esteira na
companhia de uma agente, para que pudesse passar sem correr risco de se
machucar, e acabou sendo flagrada com a droga.
Com
a pensionista, também foram encontrados dois celulares e um total de R$
276, que a polícia desconfia ter sido parte do valor pago à idosa para
entrar com a droga. Fato que dona Cidália negou.
“Eu
visito meu neto sempre. Fui eu quem o criou quando meu filho morreu, há
oito anos. Ele é muito apegado a mim. A maconha não era para ele, era
para o outro da cela dele”, justificou a idosa.
Mas
o neto da pensionista admitiu que a droga era para seu próprio consumo,
e confessou que, na semana passada, a avó também teria levado maconha
para ele.
A
vovó foi levada para o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Vila
Velha, onde foi autuada pelo crime de tráfico de drogas pelo delegado
de plantão, Gabriel Duarte. No final do dia, ela foi encaminhada para o
Centro de Detenção Feminino de Viana.
Amarga experiência
Equilibrando-se
na muleta que a ajuda a andar, a pensionista Cidália Krugel de Souza,
de 76 anos, disse que é mãe de seis filhos. Segundo ela, este foi o pior
Dia das Mães que já teve na vida. “Nunca pensei que ia ficar na
cadeia”, lamentou a mulher, manifestandoo desejo de “sair em breve” da
cadeia.
Por que a senhora levou a droga?
Uma
mulher me mandou levar (o embrulho) para o filho dela, lá no presídio.
Pensei que fosse fumo, mas não sabia que tinha maconha.
A senhora recebeu ajuda de alguém?
Hoje,
quando eu ia sair de casa para visitar o meu neto, a mulher foi lá em
casa e colocou em mim (a droga foi fixada com fita adesiva junto à
virilha de dona Cidália). E também tinha um bilhetinho junto.
Os policiais encontraram R$ 276 na sua bolsa. Que uso a senhora faria desse dinheiro?
Eu ia usar para fazer compra. Não recebi nada para entrar com a droga.
Quem a senhora iria visitar? Seu neto?
Sim.
Eu o visito sempre, a cada 15 dias, há exatamente três anos e quatro
meses; ou seja, desde quando ele foi parar lá na cadeia.
Como ele foi preso?
Meu
neto estava com umas coisas... Cocaína, que ele guardava lá. O pai dele
morreu há cerca de oito anos, e meu neto precisava sustentar a mulher.
Foi por isso que ele guardou a droga em casa.
E a senhora, agora, se arrepende do que fez?
Eu
espero sair da cadeia em breve. Quero meus filhos! Não os vi hoje
(domingo). Eu nunca fui presa antes. É muito triste isso tudo que estou
passando. Eu me arrependo mil vezes do que eu fiz.
FONTE Sindicato Servidores RJ