Delegado se revolta com soltura de 72 homicidas presos em um ano em Santa Luzia
Em desabafo, Cristiano Xavier diz que sensação é de "insegurança" e "impunidade"
— A sensação de insegurança e de impunidade, ela é muito grande, a gente prende as pessoas aqui, os homicidas, em vários crimes bárbaros aqui na cidade, e eles ficam rindo, dando tchau para as câmeras, falando que o crime compensa.
O desabafo é do delegado titular da Delegacia de Homicídios de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, Cristiano Xavier. Segundo ele, todos os 72 presos por homicídio na cidade em 2011 acabaram soltos pela Justiça do município. O motivo seria a lentidão do processo, já que há apenas uma juíza disponível para analisar os casos da cidade inteira.
Conforme Xavier, além da desmotivação dos policiais em continuar a prender os criminosos, testemunhas também são colocadas em risco com a liberdade em um espaço tão curto de tempo conseguidas pelos criminosos.
— Além da desmotivação da própria polícia em ter que trabalhar novamente em caso que a gente já efetuou prisões as próprias testemunhas, familiares das vítimas ficam indignados, vêm aqui até a delegacia pedindo providências, para que essas pessoas sejam julgadas no prazo legal e sejam condenadas pelos crimes que cometeram.
A sobrecarga da juíza responsável faz com que, de acordo com o delegado, ainda estejam sendo julgados casos de 2004. O atraso faz com que cerca de 400 acusados estejam em liberdade, aguardando a vez de serem levados a julgamento.
Procurado, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que, em fevereiro, um novo juiz deverá ser designado para assumir uma das varas criminais de Santa Luzia.
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