Ex-presidente da Acesita é preso suspeito de assédio moral e sexual contra ex-funcionária
30/09/2011 23h57
MATEUS RABELO
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Foi preso na noite desta sexta-feira o ex-presidente da Acesita, Rubens
Teodoro da Costa. Ele é suspeito de assédio moral e sexual contra uma
ex-funcionária da empresa. De acordo com presidente da Comissão dos
Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG),
Durval Ângelo (PT), o caso se arrasta há quatro anos, desde a primeira
denúncia da ex-funcionária, que é psicóloga, mas somente há dois meses
estava sendo investigado pela Casa, após a mulher ir pedir ajuda.
Nesses quatro anos, o executivo chegou a ter a prisão decretada, mas
conseguiu sair beneficiado por um habeas Corpus. Após ser solto, ele
teria continuado a perseguí-la, inclusive em outras localidades para
onde ela mudava tentado fugir do suspeito. De acordo com Durval Ângelo,
há, por exemplo, imagens de um shopping em Aracajú em que os dois
aparecem discutindo.
Ela relatou na audiência que foi admitida na Acesita Energética para
atuar junto às comunidades da região de Capelinha, no Vale do
Jequitinhonha, e desde o início despertou a admiração por parte do então
presidente da empresa. Segundo a psicóloga, Teodoro passou e enviar a
ela e-mails com conteúdo psicológico e filosófico, tentando ganhar sua
simpatia. Depois, o teor das mensagens mudou, com o executivo querendo
marcar encontros amorosos e chegando a ameaçá-la caso ela não aceitasse.
No depoimento, que durou cerca de três horas, ela disse que essa
situação durou cerca de nove meses, até que um dia sua casa foi invadida
por um homem armado e usando máscara de Papai Noel. A psicóloga lembrou
que, ao ser reconhecido pela vítima, Teodoro a algemou e torturou
durante uma hora, até a chegada do ex-namorado da psicóloga. Ela conta
que em seguida prestou queixa na delegacia e foi ao hospital realizar
exame de corpo de delito. Mas, para sua surpresa, o relatório do exame
desapareceu, ocorrência que ela atribui ao fato de o hospital pertencer à
empresa.
Quanto à atuação da polícia local, ela também se disse decepcionada,
pois em sua casa estavam as marcas das pegadas e das digitais deixadas
por Teodoro, mas, segundo ela, os agentes nada fizeram para comprovar
sua denúncia. Em virtude desse ataque, ela afirmou que teve pesadelos
durante dois anos e meio.
A psicóloga continuou seu depoimento dizendo que, abalada com tudo,
pediu demissão da empresa e se mudou para Portugal, onde viveu um mês na
casa de amigos. Porém, como é portadora de uma doença auto-imune, teve
que retornar ao Brasil para continuar seu tratamento. Depois mudou-se
para o Rio Grande do Norte a fim de trabalhar junto a comunidades
pesqueiras. Mas há cerca de um ano Teodoro descobriu onde ela estava e
voltou a ameaçá-la. A vítima contou que procurou a polícia local, mas,
como não tinha provas do assédio, o caso não foi investigado.
De acordo com Durval Ângelo, além do depoimento de acusação, o suspeito
ainda tem uma vasta ficha criminal, que inclui cárcere privado, porte
ilegal de armas, falsidade ideológica, entre outros. Com isso, foi
pedido há cerca de 15 dias a revogação do habeas Corpus do executivo, em
Capelinha. Na tarde desta sexta-feira, o poder judiciário da cidade do
Norte de Minas aceitou o pedido de revogação e decretou a prisão do
ex-presidente da Arcelor.
Com o mandato de prisão, a corregedoria da Polícia Civil esteve na
noite desta sexta-feira na casa de Rubens da Costa, no Buritis, onde ele
foi preso. Os deputados que compõem a Comissão de Direitos Humanos
aconselharam a vítima a entrar com pedido de danos morais contra a
empresa Arcelor, antiga Acesita, por não ter tomado nenhum providência
contra o ex-presidente da empresa.
Com ALMG