Marco foi atingido por uma bala de borracha durante
manifestação no Rio (Foto: Arquivo Pessoal)
No dia 20 de junho deste ano, 300 mil pessoas estiveram no Centro do
Rio para protestar. Ao longo da caminhada em direção à prefeitura, na
Cidade Nova, houve brigas entre grupos, o que gerou uma enorme confusão.
O comerciante Marco André Oliveira estava entre os manifestantes. Dono
de um bar na Tijuca, na Zona Norte, ele saiu do estabelecimento para
encontrar os dois filhos que estavam na manifestação. Na volta pra casa,
no caminho do metrô, Marco conta que levou um tiro de borracha no olho.
Mais de um mês após o incidente, o comerciante já gastou R$ 12 mil com
cirurgias e corre o risco de ficar cego.manifestação no Rio (Foto: Arquivo Pessoal)
A notícia foi divulgada na coluna do jornalista Ancelmo Gois, do "Globo". Procurada pelo G1 na quarta-feira e na quinta-feira, a Polícia Militar não se manifestou sobre o caso.
Marco conta que, após ser atingido, foi levado para o Hospital Souza Aguiar, no Centro, mas não pôde ser atendido porque o equipamento que faria o exame de fundo de olho estava quebrado. O comerciante diz que durante a manifestação ficou próximo do Batalhão de Choque por pensar que ali estaria mais protegido.
“Achei que o certo seria ficar ao lado da polícia, mas me enganei. Minha retina estava colada, não dava para enxergar nada porque tinha muitos coágulos. Fui muito bem atendido no Souza Aguiar, inclusive o médico que me socorreu disse que gostaria de estar na manifestação como eu, mas sugeriu que eu procurasse uma clínica particular”, conta.
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'Estou preparado para tudo'Marco conta que teve que parar de trabalhar para focar na recuperação. O comerciante diz que foi a quatro oftalmologistas.
“Tive que parar de trabalhar no bar desde então. Pedi ajuda para amigos e para minha esposa. Fiquei o tempo todo focado na minha recuperação. Fiz uma operação no último dia 19 [de julho], gastei R$ 12 mil, mas não estou muito animado, só o tempo vai dizer. Estou preparado para tudo”, diz.
O comerciante procurou um advogado e pensa em processar o estado pelo dano causado a ele. “A sorte que ela resvalou na boca e no nariz, não foi um tiro certeiro ou acho que eu já estaria cego. Vou fazer um boletim de ocorrência. Se eu pudesse, falaria pessoalmente com o Cabral. Não dá para confiar na Polícia Militar.”
Batalhão do Choque faz bloqueio na Cinelandia em uma das manifestações no Rio (Foto: Priscilla Souza/ G1)
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