terça-feira, 31 de julho de 2012


Ministério Público denuncia tortura e assédio em presídio
Três agentes e o diretor podem ser afastados; decisão da Justiça sai hoje
Publicado no Jornal OTEMPO em 31/07/2012
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KARINA ALVES
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FOTO: JORNAL VERTENTES DE MINAS/DIVULGAÇÃO
Abuso. Fachada do presídio de Jaboticatubas, onde, segundo o Ministério Público, estariam ocorrendo as irregularidades
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou o diretor e três agentes penitenciários do presídio de Jaboticatubas, na região Central do Estado, por maus-tratos, tortura e assédio moral contra detentos, funcionários e visitantes. A ação de improbidade administrativa pede o afastamento cautelar dos envolvidos - a expectativa é que a decisão judicial sobre o pedido seja conhecida ainda hoje.

Os promotores tomaram conhecimento do caso por meio de denúncias anônimas no site da instituição. A reportagem de O TEMPO teve acesso com exclusividade ao documento com os depoimentos das 11 testemunhas ouvidas, entre elas funcionários, presos e seus familiares.

Um promotor do caso informou que pediu o afastamento dos suspeitos por medo de que os funcionários e os próprios presos sofram retaliações. "A direção do presídio tem que ser dura, mas as denúncias que recebemos são graves. Se morrer um preso lá dentro, é o Estado que vai responder pela morte".
Relatos. Um dos casos denunciados teria ocorrido no último dia 10. Segundo o Ministério Público, a distribuição de remédios aos presos foi cortada porque um deles teria sido flagrado usando o medicamento para se drogar. Ele teria, ainda segundo os promotores, sido espancado pelo diretor e dois agentes. Depois da suposta sessão de tortura, o preso teria sido exibido de cela em cela. "Ele (diretor) incita o ódio entre os presos. Ele fez questão de expor o detento aos colegas, sempre dizendo que eles deixariam de receber medicamentos por culpa do rapaz", afirmou um membro do MPMG.

No inquérito, os próprios funcionários relatam casos de espancamento. "Em maio, pegaram um rapaz misturando café com álcool e o espancaram, depois tentaram transferi-lo para Lagoa Santa, onde foi recusado em função dos machucados. A justificativa que o diretor deu para os ferimentos foi de que o preso caiu de uma viatura em movimento", afirmou uma fonte.

A sogra de um dos presos da unidade contou que a insatisfação dos parentes é geral. "Já chegaram a suspender a visita por três semanas e ninguém sabia o motivo. Eles não tinham direito nem de ver os filhos. Todo mundo reclama desse diretor, mas as pessoas têm medo de denunciar", contou a mulher.

Na ação do MPMG, consta ainda que a direção do presídio estaria ameaçando transferir para comarcas distantes aqueles presos que denunciassem à Justiça os abusos ocorridos dentro da unidade. Antes de serem entrevistados pelo juiz, eles estariam passando por uma triagem feita pelo diretor.
AGRESSÕES
Presos eram obrigados a bater uns nos outros
A denúncia do Ministério Público traz ainda depoimentos de testemunhas que relataram episódios em que os presos eram obrigados a bater uns nos outros. Em um dos casos, inclusive, um detento teria sido orientado a usar uma toalha molhada para não deixar marcas das agressões.

Além disso, visitantes estariam sofrendo humilhações. Uma mulher, que preferiu não ser identificada, contou que foi destratada pelo diretor porque interveio a favor de um preso. "Ele ficou nervoso, não gostou da minha posição", disse.
Estado. A Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) informou que quando soube das denúncias, as encaminhou à corregedoria para apuração. Ainda não há resposta. A Suapi disse ainda que aguarda a decisão judicial ou o posicionamento da corregedoria para tomar providências. O presídio, que tem capacidade para 30 presos, tem hoje 46. (KA)
MINIENTREVISTA
"Se alguém morrer lá, o Estado que vai ter que arcar com isso"
Como as denúncias começaram a surgir? Tivemos muitas denúncias anônimas protocoladas no site do Ministério Público. Os presos relatavam situações e os parentes registravam as queixas, mas, na maioria das vezes, eram denúncias vagas, que não apontavam quem estava cometendo as irregularidades. Tanto os presos quanto os parentes tinham muito medo de falar e depois sofrerem retaliações.

E como o MPMG chegou até as testemunhas que constam no inquérito? Uma pessoa que trabalha no presídio foi humilhada em serviço e prestou depoimento. A partir dela, começamos a encontrar outras pessoas que depuseram contra o diretor e os três agentes penitenciários da unidade.

Além de agressões contra presos, o que os funcionários relatam? Muitos foram vítimas de assédio moral. Há relatos de vários episódios em que foram humilhados e xingados com palavras de baixo calão.

Quais as providências que o MPMG espera por parte da Justiça? O afastamento das pessoas apontadas para evitar que os denunciantes e outros presos sofram retaliações. Se alguém morrer lá dentro, o Estado que vai ter que arcar com isso. (KA)

6 comentários:

Anônimo disse...

É humilhante demais tomar conhecimento desses fatos... É triste e angustiante saber que as autoridades responsáveis pelo resgate dessas pessoas para uma vida normal, sejam responsáveis por tanta violência, por tanta brutalidade.Afinal de contas, os presos são pessoas humanas que merecemm, pelo menos a caridade cristã...Que DEUS se apiede dos torturadores e dê força aos que são humilhados e maltratados.Será que nosso BRASIL tem jeito???

Anônimo disse...

ACHO QUE TODOS TEM O DIREITO DE SE DEFENDER,ATE AGORA NAO DERAM DIREITO AOS AGENTES DE SE DEFENDER,OS PRESOS TEM DIREITO A ADVOGADO,PROMOTOR,MINISTERIO PUBLICO,DIREITOS HUMANOS ETC.O QUE OS AGENTE TEM,SO DEUS,MAS O UNICO NECESSARIO,EU ACHO QUE ANTES DE CRITICAR AS PESSOAS DEVERIAM VERIFICAR OS FATOS!

Anônimo disse...

ACHO QUE TODOS TEM O DIREITO DE SE DEFENDER,ATE AGORA NAO DERAM DIREITO AOS AGENTES DE SE DEFENDER,OS PRESOS TEM DIREITO A ADVOGADO,PROMOTOR,MINISTERIO PUBLICO,DIREITOS HUMANOS ETC.O QUE OS AGENTE TEM,SO DEUS,MAS O UNICO NECESSARIO,EU ACHO QUE ANTES DE CRITICAR AS PESSOAS DEVERIAM VERIFICAR OS FATOS!

Anônimo disse...

Enquanto isso bandidos torturam e matam a sociedade de bem..

Anônimo disse...

COITADINHO DOS PRESOS, AS FAMILIAS VITIMAS DELES NAO SOFRERAM NADA NAO NÉ, FORAM PARA LÁ DE INOCENTES QUE SÃO. QUE DÓ!!!

Anônimo disse...

em uma cadeia aqui no sul de Minas é assim: os presos tem mais valores do que os agentes, não pode nem olhar nos presos que já avem a promotoria os direitos humanos etc, eles estão cheios de direitos.
ficam 06 seis meses na cadeia, comendo e bebendo do bom e do melhor e recebendo auxílio reclusão de 915.05 por mês e quando chegam na rua começam novamente a matar, sequestrar, roubar e torturas pessoas de bens que enfrentam o maior desafio de viver em paz.
eu não tenho dó de presos rebeldes não, se alguém não gostar que faça um favor para a sociedade adote um preso, leve- o para sua casa ai vc vai ver como e bom cuidar de um preso.

PCC criou células de inteligência para matar agentes penitenciários federais Flávio Costa Do UOL, em São Paulo 27/07/2017 - 04h00 Ouvir 0:00...