Mãe tenta trocar filha de dois meses por pedras de crack
De acordo com a PM, e no momento da prisão, a mulher se escondeu sob uma laje, com o bebê nos braços
Andréia Carla das Neves Santos, de 38 anos, foi presa pela Policia Militar (PM) por tentar, supostamente, trocar a filha "Alana", com menos de dois meses de idade, por uma porção de pedras de crack avaliada em R$ 20. A prisão ocorreu na noite de domingo (8) em uma boca de fumo do bairro Parque Amazônia, em Goiânia. De acordo com a PM, e no momento da prisão, a mulher se escondeu sob uma laje, com o bebê nos braços. "Eu não tentei negociar, e nem trocar, a minha filha por drogas", se defendeu Andréia Carla na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM), onde foi levada e liberada após registro de boletim de ocorrência.
Ela confirmou estar, no momento da prisão, longe da sua casa, e bêbada. Alega ter sido "chantageada" em um bar, onde pediu R$ 1,50 para a passagem de ônibus, e alguém sugeriu a troca. O caso foi repassado, hoje, para investigação da Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA). A tendência da Polícia Civil e do Conselho Tutelar é requerer na Justiça de Goiás a guarda do bebê de Andréia. Com menos de dois meses de vida, e "arrastada" pelas ruas, a menina sequer foi registrada em cartório. "Ela vai se chamar E.N.", disse Maria de Lourdes da Silva, a avó materna de Andréia, quando recebeu a criança das mãos da conselheira tutelar Karine Rodrigues Santos Almeida.
O problema é que além de "Alana", como a criança sem registro é chamada pela família, dona Maria de Lourdes cuida de outras três, todas filhas de Andréia Carla. E desconhece os pais biológicos, cuja guarda vem sendo decidida pela Justiça em favor da avó. Sem emprego, sem dinheiro, sem profissão, Andréia Carla das Neves Santos corre as ruas em busca de sexo, drogas e destilados todos os dias, de acordo com relato da avó.
"Uma paixão não correspondida", há 17 anos, teria lançado a neta nas ruas, onde busca drogas, destilados e relacionamentos com homens sem identidade.
O histórico, de acordo com outros parentes, reforçam o temor de que as quatro meninas reunidas precisam de lar e afetividade. O Conselho Tutelar, mesmo não vendo provas concretas da troca da criança por drogas, aposta que Andréia Carla vai mesmo perder guarda de "Alana". "Não há testemunhas da tal negociação", diz a conselheira tutelar Karine Rodrigues Santos Almeida. "Mesmo assim, as chances de ficar com a criança são ínfimas", acredita.
O Conselho entende que a polícia deverá enquadrar a mãe de "Alana" por promessa de entrega de filho a terceiro por meio de pagamento, ou maus-tratos. Situações como esta, onde pais usuários de drogas colocam a vida da criança em situação de risco, estão em alta nas estatísticas. Em 2011, avaliou o conselheiro tutelar João Batista Martins, cerca de quatro mil casos como esse passaram pelo Conselho Tutelar, entre outras ocorrências de espancamento e estupro. "Foram números recordes de ocorrências", disse ele.
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