De Fato/Divulgação
A Justiça Militar deve receber nesta sexta-feira (3) os autos da prisão de um capitão da Polícia Militar que agrediu um radialista durante o expediente de trabalho, em Itabira, na região Central de Minas Gerais. O ataque ocorreu na porta da rádio Pontal, no bairro Campestre, nessa quinta-feira(2). “Só dele não ter me matado, já está ótimo. Ele agiu por impulso”, desabafou a vítima.
“A minha sorte é que eu estava conversando no celular com o delegado regional da Polícia Civil, o doutor Paulo Tavares. Ele ouviu os gritos e acionou um outro delegado para ir até a rádio”, relembrou o radialista. O delegado Juliano Alencar foi até o local e executou a prisão ao lado do major Laurito, da PM.
O major elogiou a conduta profissional do capitão Eleotério, que ganhou um diploma do 26º Batalhão da Polícia Militar no ano passado como “destaque do ano de 2012 da PMMG”. “Ele é excelente profissional e já prestou bons serviços à comunidade”, contou o major.
O radialista apresenta dois programas na rádio Pontal, o “Pontal Comunidade” e o “Pontal Notícias”. Silva faz coberturas policiais e contou que evitava cobrir ocorrências nas quais o capitão Eleotério estava empenhado. “Eu sabia que tinha gente 'mastigando' essa conversa no ouvido dele de que eu tinha um caso com a mulher, mas nunca tive nada carnal com ela”, contou Silva. O capitão mora em Itabira há quatro anos, é casado e tem dois filhos.
Uma das consequências da agressão cometida pelo capitão Eleotério, que está preso no guartel da PM em Itabira, pode ser a transferência dele para uma outra cidade. “Quem decide sobre isso é o juiz militar, que vai receber hoje os autos da prisão em flagrante”, explicou o major Laurito. Para o radialista este deve ser o caminho natural dos fatos. “Eu não sou de violência, sou da paz. Eu sou favorável [à transferência do policial], mas não vou interferir nisso. Eu não vou mover uma palha para prejudicá-lo”, afirmou o radialista.
Após o ataque do capitão, Silva foi conduzido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o pronto-socorro municipal de Itabira. Ele ficou em observação por 12 horas na unidade de saúde. Apesar das diversas lesões no rosto, o radialista não sofreu qualquer fratura. “Agora é vida que segue. Tenho uma namorada que está do meu lado o tempo todo”, disse o radista.