Políticos debatem sistema prisional brasileiro em seminário
Evento foi promovido pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara
Nesta quarta-feira, o deputado Domingos Dutra (PT-MA), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, fez um balanço do trabalho realizado pela CPI do Sistema Carcerário, realizada entre agosto de 2007 e julho de 2008.
Segundo o deputado, a CPI fez 42 recomendações, indiciou 37 agentes públicos, de juízes a promotores de justiça, visitou 82 unidades prisionais em 18 estados e produziu um DVD de 23 minutos, para reacender a discussão sobre o tema.
No entanto, segundo relato do deputado Domingos, afora os mutirões carcerários realizados pelo Conselho Nacional de Justiça e da desativação de alguns presídios e dos containers que abrigavam presos no Espírito Santo, pouca coisa mudou no sistema carcerário brasileiro.
O juiz substituto da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, Angelo Oliveira, estava presente na reunião e falou sobre a realidade do sistema carcerário nacional, ressaltando a falta de profissionais nas áreas afins, as greves recorrentes e a tensão permanente entre agentes penitenciários e presos."As péssimas condições dos presídios brasileiros são, em parte, responsáveis pela onda de violência em São Paulo. O sistema atual não recupera e ressocializa ninguém. Se as autoridades de São Paulo estão acuadas hoje, é porque as organizações criminosas são filhas da omissão do Estado. Humanizar o sistema carcerário significa cumprir a lei, os tratados internacionais e não defender bandidos", disse Domingos Dutra.
"A área prisional no Brasil nunca foi priorizada e é preciso investimentos no setor", falou o juiz.Também participaram do seminário os deputados do PT, Janete Rocha Pietá (SP), Amauri Teixeira (BA), Luiz Couto (PB), Erika Kokay (DF) e Padre Ton (RO).