Superpopulação carcerária
SUPERPOPULAÇÃO CARCERÁRIA
Dráusio Varella escreve artigo na Folha de São Paulo constatando que as fábricas de ladrões e traficantes jogam mais profissionais no mercado do que sonha a nossa capacidade de pretensão de prendê-los. São Paulo, p. ex., necessitaria construir 97 penitenciárias. Ou seja, 10 por ano. Cada presídio custa R$37 milhões, R$48 mil por vaga. Some-se a isso a manutenção, etc. Como tudo é muito caro e “inexequível” (segundo ele), a solução é aprimorar as penas alternativas (ou seja, evitar prisões) e atacar em termos de planejamento familiar, políticas públicas para prevenção, etc.
SUPERPOPULAÇÃO CARCERÁRIA II
Tem razão o Doutor Dráusio, mas em parte. Primeiro, não é inexequível a construção de presídios novos, seguros e decentes, quando gastamos só nos Estádios de Cuiabá, Brasília e Manaus – onde não há futebol – mais de R$ 3 bilhões. Com relação às penas alternativas, tem razão só em parte também. Algumas penas desse tipo são ridículas. Alguém acha que o Brasil tem (ou teve) azar em ter tantos vigaristas, proxenetas, etc.? Alguém pensa que os vigaristas alemães são mais “light”? Ora, a diferença entre a fraude em licitação de terrae brasilis e da Inglaterra e Alemanha, por exemplo, é o predador (ou a falta dele). Na Alemanha ou Inglaterra fraude desse tipo não “dá” cesta básica… Dá cadeia. Estou sendo duro? Não! Apenas menos ingênuo do que outros, como o Dr. Dráusio. É evidente que políticas públicas são melhores que “cadeias”. Até as pedras sabem disso. Mas, o que fazer com a atual insegurança? A propósito: ainda bem que esse problema é só de São Paulo, onde mora o Dr. Dráusio… Pausa para um bom sarcasmo.
Fonte: COLUNA DO JORNAL O SUL (03/03/2012), por Lenio Stre