Pichação em muro na avenida Antônio Carlos, onde
ocorreram confrontos no sábado, mostra a intenção de ativistas de
continuarem com os protestos
PUBLICADO EM 23/06/13 - 23h33
Natália Oliveira
Em meio à onda de protestos em todo o Brasil, um dos mais violentos
ocorreu no sábado em Belo Horizonte, a Polícia Militar prevê confrontos
“contundentes” com ativistas nas imediações do Mineirão, na próxima
quarta-feira, quando irão jogar Brasil e Uruguai pelas semifinais da
Copa das Confederações. “Eu dou o confronto como certo”, afirmou o
comandante geral da PM de Minas Gerais, Márcio Sant’ana.
Em coletiva no domingo de manhã, na 1ª Região Integrada de Segurança
Pública (Risp), no centro da capital mineira, Márcio Sant’ana cogitou,
inclusive, o auxílio de tropas do Exército e da Companhia de Missões
Especiais do Interior para garantir a realização da partida. “O jogo
será realizado normalmente”, respondeu após ser questionado sobre o
enfrentamento considerado inevitável com os manifestantes.
Segundo o comandante, a expectativa de um confronto mais violento ainda
ocorre em razão da experiência dos conflitos de sábado. No sábado, 60
mil pessoas participaram dos protestos em Belo Horizonte, mas apenas um
grupo enfrentou a polícia.
“Foi um cenário de guerra, a cidade ficou totalmente depredada e não vamos permitir isso novamente”, explicou.
Para a próxima quarta-feira, o perímetro estabelecido pela Fifa no
entorno do Mineirão, na Pampulha, será mantido. A polícia informou que
vai mudar as estratégias de combate, intensificando a atuação nos locais
mais atacados no último protesto, como a praça Sete e ao longo da
avenida Antônio Carlos.
Feridos. Os dois manifestantes que caíram do viaduto
José de Alencar, sobre a avenidas Antônio Carlos, na manifestação de
sábado, estão estáveis. Caio Lopes, 17, está internado no Hospital de
Pronto-Socorro João XVIII, e Rafael Gomes, 22, no Risoleta Neves. Outros
três feridos seguem internados e estáveis.
Um ônibus da linha 6420 (Vereda/Liberdade) foi incendiado, na BR–040,
no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana. Não
houve feridos. A estrada foi fechada no mesmo ponto duas vezes durante a
semana por moradores pedindo melhorias no transporte coletivo. Segundo
Cláudia de Souza, uma das líderes do movimento, a comunidade já fez um
acordo com o Estado e a concessionária. “Esse vandalismo não representa
nossos anseios.”