quarta-feira, 12 de março de 2014

AULA PARA OS AGEPENS E SINDICATO DE MG ,COMO FAZER GREVE .

12/03/2014 14h04 - Atualizado em 12/03/2014 14h47

Presos, advogado e policiais são impedidos de entrar no CDP Pinheiros

Sindicalistas ligados à greve dos agentes penitenciários impedem entrada.
Famílias também não conseguiram entregar comida aos detentos em SP.

Kleber TomazDo G1 São Paulo
Carro da Polícia Civil com presos é barrado por sindicalistas ligados a agentes penitenciários na entrada do CDP Pinheiros. Sem poder entrar, veículo dá ré e vai embora (Foto: Kleber Tomaz / G1)Carro da Polícia Civil com presos é barrado por sindicalistas ligados a agentes penitenciários na entrada do CDP Pinheiros. Sem poder entrar, veículo dá ré e vai embora (Foto: Kleber Tomaz / G1)
Ao menos três carros foram impedidos de entrar no Centro de Detenção Provisória (CDP) Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (12) por causa da greve dos agentes penitenciários que atinge o estado.  A paralisação já está no terceiro dia.
Um carro Blazer preto da Polícia Civil, com ao menos quatro presos, foi impedido de entrar por sindicalistas ligados à Força Sindical. Os detidos, que estavam no veículo do 1º Distrito Policial de Embu, na Grande São Paulo, teriam de ser deixados no CDP. Proibido, o motorista deu ré e foi embora com eles dentro. A reportagem não conseguiu confirmar para onde os rapazes seriam levados.
Policiais federais num veículo oficial também foram barrados na porta do CDP por agentes e sindicalistas. Eles iriam retirar um preso por tráfico internacional de drogas para ser ouvido em audiência da Justiça Federal, mas foram impedidos disso em razão da greve.
Outro carro preto, com um advogado de presos, também não pôde entrar na unidade prisional para falar com seus clientes. Como nas duas situações acima, grevistas impediam a entrada alegando que estavam seguindo orientações do movimento grevista.
Famílias com comidas para os presos também foram barrados pelo piquete montado em frente a portarias do CDP.

Do lado de fora de Pinheiros, um carro de som com faixas da Força Sindical tocava músicas. Eventualmente, um dos sindicalistas usava o microfone para falar do estado de greve. A entrada no CDP só era permitida aos funcionários.
G1 procurou a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para saber para qual presídio os detentos devem ser encaminhados, mas até a publicação desta reportagem não recebeu retorno.
Manutenção da greve
Na noite desta terça-feira (11), assembleias realizadas em 13 das 14 sedes do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp) definiram a continuidade da greve da classe. Em Presidente Prudente, sede estadual do sindicato, a votação para manter a paralisação foi unânime entre os cerca de 80 sindicalistas. Nove unidades se manifestaram a favor da paralisação, por não aceitarem as propostas oferecidas pelo governo do Estado.
De acordo com o diretor de comunicação do sindicato, Ismael Manoel dos Santos, nesta sexta-feira (14), um novo encontro deve realizado para definir o andamento da greve, que teve início na segunda-feira (10).
Policiais federais também foram impedidos de entrar no CDP. Iriam buscar um preso para uma audiência, mas tiveram de voltar para a Polícia Federal sem ele (Foto: Kleber Tomaz / G1)Policiais federais também foram impedidos de entrar
no CDP. Iriam buscar um preso para uma audiência,
mas tiveram de voltar para a Polícia Federal sem ele
(Foto: Kleber Tomaz / G1)
Terça-feira
Nesta terça-feira (11), um comboio vindo do interior também foi impedido pelos grevistas de entrar no CDP de Pinheiros, na Zona Oeste da capital, e bloqueou faixas da Marginal Pinheiros. Depois de 20 minutos, o acesso ao presídio acabou liberado.
Um comboio vindo do interior foi impedido pelos grevistas de entrar no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na Zona Oeste da capital, e bloqueou faixas da Marginal Pinheiros. Depois de 20 minutos, o acesso ao presídio acabou liberado. A confusão começou quando o comboio com os presos chegou, nesta manhã, à Penitenciária de Martinópolis, na região de Presidente Prudente, no interior do estado. Eram 14 caminhões com um número não revelado de detentos e um ônibus com 42 presos que saíram de Presidente Venceslau, na mesma região.
Na porta do presídio, os agentes em greve fizeram um cordão de isolamento e não permitiram a entrada. Escoltados pela Polícia Militar, os caminhões e o ônibus ficaram em frente à penitenciária e no acostamento da estrada. Os PMs se reuniram para decidir o que iam fazer. Depois de duas horas, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) determinou que os detentos fossem encaminhados a outros presídios do estado.

Em nota, a secretaria informou que todos os veículos que transportavam presos efetuaram os serviços de transporte de carga de detentos. A nota destacou ainda que a penitenciária de Martinópolis é utilizada apenas como ponto de encontro dos veículos que saem da região e seguem viagem para a capital paulista.
No fim da tarde, um novo impasse. Os presos que foram recusados no interior chegaram à capital, mas o comboio foi barrado pelos grevistas. Doze veículos, incluindo um ônibus, ficaram parados na pista local da Marginal Pinheiros enquanto os agentes que conduziam o comboio negociavam a entrada. Duas pistas ficaram bloqueadas e os carros só podiam passar por uma.
Depois de 20 minutos, os grevistas decidiram liberar a entrada no CDP em troca da participação dos agentes na assembleia da categoria. O estado tem 30 mil agentes. A categoria se reuniu em assembleias regionais na noite desta terça para analisar as propostas do governo para o fim da greve. Entre elas, a extinção de um nível com promoção imediata para todos os agentes, o que possibilita a revalorização salarial.
A categoria pede, segundo a assessoria do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp-SP), reajuste salarial de 20,64%, redução das classes (de 8 para 6), aposentadoria especial com 25 anos de carreira entre outras reivindicações.

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