sexta-feira, 19 de abril de 2013

Dois policiais civis são presos suspeitos de envolvimento em crimes no Vale do Aço


Os homens serão trazidos para a capital e ficarão detidos na Casa do Policial Civil
19/04/2013 19h50
Avalie esta notícia » 
2
4
6
8
FERNANDA VIEGAS
Siga em: twitter.com/OTEMPOonline
  • Notícia
  • Comentários(0)
  • Compartilhe
  • Mais notícias
A
A
FOTO: DIÁRIO DO AÇO/DIVULGAÇÃO
Dois policiais civis, suspeitos de envolvimento em crimes na região do Vale do Aço, acabaram de ser presos na cidade de Ipatinga. Decretadas pela Justiça, as prisões são em caráter temporário para que os acusados possam passar por novas etapas de investigação, segundo nota divulgada na noite desta sexta-feira (19) pela Polícia Civil.
De acordo com o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Cylton Brandão da Matta, os dois homens têm relação com pelo menos um dos 14 crimes envolvendo policiais, investigados na região, e pode ser que estejam relacionados com a morte dos jornalistas Rodrigo Neto e Walgney Assis Carvalho.
Matta ainda informou que neste sábado (20), os dois presos serão trazidos para a capital e ficarão detidos na Casa do Policial Civil, unidade prisional da instituição.

Entenda o caso
A Polícia Civil confirmou nesta sexta-feira (19), durante coletiva de imprensa, que há envolvimento de policiais na morte dos jornalistas Rodrigo Neto e Walgney Assis Carvalho, assassinados no Vale do Aço. Os suspeitos já foram identificados e, entre eles, estão policiais civis e militares.
O chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Cylton Brandão da Matta, está em Ipatinga. Ele trocou a chefia da corporação após constatar envolvimento de policiais. Com a mudança, o 12º Departamento de Polícia Civil será chefiado pelo delegado José Walter da Mota. Quem vai substituí-lo é o sub-corregedor Elder D´ângelo, que acumula os dois cargos. O delegado regional de Ipatinga, que está afastado por problemas de saúde, será substituído por Irene Angélica, que atuava na Delegacia de Mulheres.
Uma das hipóteses mais fortes é que Neto e Carvalho tenham sido assassinados porque denunciavam a ligação de policiais com um grupo de extermínio na cidade. Dando sequência às investigações, serão ouvidas testemunhas até mesmo fora do Estado.
As mortes
Trinta e sete dias após a morte do jornalista Rodrigo Neto, em 8 de março, assassinado a tiros em Ipatinga, o repórter fotográfico Walgney Assis Carvalho, 43, foi assassinado em Coronel Fabriciano, na região do Vale do Aço. Os dois trabalhavam juntos no jornal "Vale do Aço", e Carvalho seria testemunha-chave do assassinato de Neto. Segundo a Polícia Civil, "há indícios" de que os crimes estejam ligados. Carvalho  foi morto no último domingo (14). Ele seria uma testemunha-chave do assassinato do jornalista.
A morte de Neto estaria relacionada a um grupo de extermínio responsável por, pelo menos, outros nove crimes na região do Vale do Aço. Ele investigava a ligação entre chacinas, homicídios e desaparecimentos ocorridos entre 1992 e 2013. Em todos os casos, havia a suspeita de participação de policiais civis e militares.

De acordo com a Polícia Civil, existem indícios de que os crimes estejam ligados. Carvalho foi assassinado com um revólver do mesmo tipo do usado para matar Neto. O fotógrafo foi uma das primeiras testemunhas a ser ouvidas após a morte do jornalista.

Pelo menos outros dois jornalistas sofreram ameaças e estariam na lista de um grupo de extermínio formado por policias da região. A polícia diz ter intensificado o patrulhamento perto das casas dos profissionais.

Nenhum comentário:

PCC criou células de inteligência para matar agentes penitenciários federais Flávio Costa Do UOL, em São Paulo 27/07/2017 - 04h00 Ouvir 0:00...