Diretor de presídio suspeito de torturar presos é transferido
SACRAMENTO
Nesta semana, a polícia recebeu mais uma denúncia de abusos na cadeia
FOTO: JUNIOR JUNIN / SACRAMENTOPLUS.COM
Apuração. O município de Sacramento fica a 454 km de Belo Horizonte e tem cerca de 24 mil habitantes
Mineiro, foi transferido anteontem para o presídio de Araxá, no Alto Paranaíba. Ele é investigado pelos crimes de tortura, prevaricação (quando um servidor público falta com seu dever), abuso de poder e uso indevido da viatura do presídio pela Corregedoria da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A Seds informou que a transferência ocorreu para "garantir independência nos trabalhos de investigação".
O diretor irá atuar como agente penitenciário no presídio de Araxá, segundo a Seds. "Como ele é servidor efetivo, É preciso que seja aberto um processo administrativo para sua exoneração, o que demora. A transferência foi uma solução paliativa", disse o presidente da Comissãoo de Direitos Humanos da Assembleia de Minas (ALMG), Durval Ângelo (PT).
Segundo fontes ligadas ao processo, o diretor de segurança e o diretor geral do presídio, que também é investigado pelos mesmos crimes, podem ser exonerados neste mês. Por meio da assessoria, a Seds informou que o diretor geral irá¡ permanecer no cargo.
Agressões. No dia 10 deste mês, reportagem de O TEMPO trouxe, com exclusividade, denúncias de que, em janeiro de 2011, um detento teria sido espancando a mando da direção do presídio, depois de ser recapturado durante uma fuga. De acordo com as denúncias, os diretores ordenaram que os próprios agentes fizessem a recaptura, função da Polícia Militar.
Apesar das agressões serem de 2011, a Seds informou que as investigações começaram neste ano porque a denúncia não havia sido feita anteriormente.
Nesta semana, surgiram novas denúncias de agressões dentro da penitenciaria. Segundo um ex-detento, preso por dois dias no úlltimo dia 26, o diretor de segurança do presídio e dois agentes o teriam agredido. Ele foi ouvido pela PolÃcia Civil na última sexta-feira.
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanha o caso. "Vamos acompanhar alguns depoimentos para garantir transparência nas informações e segurança para os depoentes", disse o membro da comissão Thiago Silva.
A Seds afirmou que não há registro de agressões no último dia 26. No entanto, a secretaria informou que as denúncias serão investigadas pela corregedoria.
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