quinta-feira, 19 de março de 2015

Eli Narciso Torres: "A prisão e a invisibilidade social do agente prisional"

Socióloga, Pesquisadora e Doutoranda pela Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP – (Servidora penitenciária licenciada)
Socióloga Eli Torres
Todos sabem que estou afastada da função de Agente Penitenciário Estadual para tratar de assuntos particulares, mas o distanciamento do trabalho, literalmente trabalho no cárcere, não me isenta da obrigação de solidarizar-me com a categoria. 
Trabalhamos naquela função que assusta inicialmente pelo perigo, ainda, causa asco em alguns, que viram imediatamente o nariz, pela proximidade com o submundo dos encarcerados. 
Uma construção social do operador penal, alimentada, às vezes, pelos resquícios de práticas, cada vez mais isoladas, porém medievais ou pela imagem do carcereiro do séc. XVI da qual tardiamente o agente prisional, ainda não conseguiu descolar-se. Construção mediada, sobretudo, pelos baixos salários. Cá pra nós! O valor econômico auxilia e estabelece parâmetros sociais sobre o que é ou não uma profissão de prestígio. 
Assim, num primeiro momento é necessário refletir que o agente penitenciário faz parte de uma categoria que vê e não é vista, ou melhor, vítima de invisibilidade social em decorrência do trabalho na prisão, salários desproporcionais à função e, especialmente, desrespeitada pelo próprio poder estatal.
Mas continuamos lá... Não podemos parar! A prisão é um mundo desleal e literalmente enlouquecedor (vide o livro Carcereiros com a descrição “da realidade literária” de DráuzioVarela). Se escrevêssemos, também, um livro, com os relatos nada literários que só os encarcerados [agentes e presos] sofrem e sabem! Acontecimentos diários que desumanizam e vitimizam seres humanos, quase sempre, proporcionados pela precariedade e omissão do Estado penitenciário!
A categoria foi às ruas. Eu, desavisada, não sabia que seria a primeira grande manifestação pública dos agentes no estado de MS, ou seja, histórica. O folheto distribuído dizia: A categoria reivindica melhorias e humanização do sistema penitenciário. Como assim? 
Aprisionar não recupera ninguém! Temos que nos preocupar em que condições estas pessoas estão aprisionadas. As prisões estão funcionando como fábrica de delinquência, principalmente, porque o Estado produz reincidentes penais ao desrespeitar, por exemplo, a LEP/84 que estabelece regras jurídicas para os indivíduos em privação de liberdade. 
Eles retornarão brevemente à sociedade, ainda mais violentos, por isso, o Estado não pode tratá-los com destroços empilhados de qualquer modo em depósitos penitenciários.
Mas quem se importa? Bandido bom é bandido morto, não é máxima do senso comum? 
Enquanto, aqueles com cargos comissionados, reproduzem o discurso recorrente que a prisão ressocializa e que está tudo funcionado muitíssimo bem. Tacitamente dizem: beijinho no ombro pra você aí do corredor! Pra você que carrega as chaves!
Disse em outro lugar, que reconheço o agente como um sobrevivente nesta desproporcional “labuta diária”. Soldados num fronte de guerra, sem barricadas. Convivi com essa gente nobre [a maior parcela] e pouca valorizada que trabalha nas prisões. Tantos saberes e oralidades, compartilhadas durante as madrugadas frias, nos corredores da prisão que fundamentariam um belo roteiro de longa-metragem. 
Heróis anônimos, cobaias do Estado que arriscam diariamente suas vidas, como se fosse possível reconstituí-las feito nos filmes de super-heróis. 
Plantões com sete, oito servidores para conduzirem penitenciárias abarrotadas de seres humanos. Homens e mulheres que gerenciam diariamente o caos com maestria e, ainda conseguem rir e ironizar sobre a própria sorte.
Como disse o poeta James Russel “Só os tolos e os mortos jamais mudam de opinião” – o servidor penitenciário deve assumir uma nova postura profissional, rompendo com a prática recorrente de subestimar o perigo e minimizar os riscos de morte no trabalho. 
In Memoriam de Carlos Augusto Queiroz

super noticias


EM MEIO A MOTINS

Quase 60% dos agentes penitenciários mineiros são contratados

Profissionais que atuam nos presídios sem concurso público têm formação inferior aos efetivos; para especialistas, diferença no preparo prejudica atuação nas penitenciárias


EM MEIO A MOTINS

Quase 60% dos agentes penitenciários mineiros são contratados

Profissionais que atuam nos presídios sem concurso público têm formação inferior aos efetivos; para especialistas, diferença no preparo prejudica atuação nas penitenciárias

agentes penitenciários
Desde o fim do ano passado aprovados no concurso de agentes cobram um cronograma para nomeações
PUBLICADO EM 19/03/15 - 03h00
Em meio a um momento conturbado nas unidades prisionais de Minas Gerais, com seis conflitos registrados desde a última semana, o Estado tem que lidar com o risco de precarização do trabalho de agentes penitenciários, essenciais para agir em caso de crise e para manter a ordem nos presídios. Isso, porque 58,15% (9.910) dos 17.042 profissionais em atuação são terceirizados, e não passam pela mesma formação dos 7.132 concursados.
Para especialistas em segurança pública como sociólogo Robson Sávio Reis Souza e o advogado criminalista Adilson Rocha, por não terem estabilidade e passarem por menos etapas de formação, o excesso de contratados leva a uma precarização do setor e a uma ausência de identificação com a função, já que os contratos são temporários.
Esse fato gera também uma dúvida com relação ao artigo 37 da Constituição Federal. Ele prevê que para exercer cargo público, é necessário concurso. A ressalva em contrário é citada na lei para “atender a necessidade temporária de excepcional interesse público


quarta-feira, 18 de março de 2015

Mensagem via whatsapp vamos ao debate : correr atrás pessoal .

✋🚨✋🚨 Aos colegas ASPs, pertencente aos grupos, venho por meio desse comunicado, pedir atenção de todos. Com a realizações de estudos e pesquisas feito por mim, ASP Sandrão nessa data, lembrando a todos que não possuo diploma de bacharel em Direito,  meu curso de formação superior é de licenciatura plena em História, mas com muita humildade e persistência realizei estudos e pesquisas nessa data sobre a seguintes questões:
Sobre a extinção da paridade remuneratória, para pensões pos-emenda constitucional 41/2003, que antes da mesma ser publicada era previsto com a seguinte redação: os proventos de aposentadoria e as pensões serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, salvo para os mesmo que tomou posse até 31/12/2003. 
Em linguagem clara: Quer dizer, nesse caso, os ASPs  que tomou posse após 2003, já dançou nessa !! 
Continuado o raciocínio: como eu já tinha pensado anteriormente, se tiver aumento para os ASPs da ativa da época, os que tiver aposentados não terão direito. Conforme a EC41/2003, o direito à paridade foi substituído pelo reajuste anual, que serve para recompor o poder de compra, desses benefícios, em virtude
da variação inflacionária do ano anterior ou seja, o reajuste sera aplicado como os de salário mínimo de um ano pra outro 😨.
Todas as pensões derivadas de óbitos do servidores, pós-EC41, fica sujeita a essas regras, ao meu entender, também valendo, para as nossas pensionistas em caso de morte do servidores 😭.
Por fim, num breve cotejo das correntes estudadas, viu-se que não há o que falar em direito adquirido à paridade para os servidores que ingressaram no serviço público após 2003.

No dia 30/09/2014, assembléia legislativa de MG, recebeu do então ex-governador Aberto Pinto Coelho, o projeto de lei que dispõe sobre a carreira de Agente de Segurança Prisional com suas prerrogativas, deveres funcionais e regime disciplinar dos servidores que a integram, pois bem, ao meu entender ainda a tempo para lutarmos, pelo inserimento da paridade salarial em nosso projeto, com reajustes garantidos entre os ativos e inativos de nossa profissão. Observação eu ainda não consegui a informação se o projeto que está em tramitação na casa legislativa e o mesmo do ex-governador, que por a caso contém absurdos, tipo como a não aposentadoria especial de 30 anos, a não paridade, e os reajuste salariais vinculados com o pessoal do administrativos de carreira do sistema prisional, deixando assim de fazer parte dos reajuste da segurança pública😤.

Temos que cobrar, de nossos representantes, o quanto antes galera, para que mais tarde não choramos pelo leite derramado !!!!!!!!!!

🙏 A todos colegas, pertencente à classe com visões melhores que a minha, se por algum motivo titubeia em minhas palavras ou em meu raciocínio, peço desculpas, pois estou tentando ajudar da melhor maneira possível 🙏.

RIBEIRÃO DAS NEVES

Crise no sistema penitenciário atinge complexo-modelo

Detentos da PPP dizem sofrer tortura psicológica e reclamam de cortes de água e luz

Video de rebeliao no presidio do Ceresp Gameleira
Ceresp Gameleira. Na imagem, trecho de vídeo de motim realizado na última segunda-feira
PUBLICADO EM 18/03/15 - 03h00
A crise no sistema prisional de Minas já afeta o Complexo Penitenciário Público-Privado (PPP) de Ribeirão das Neves, na região metropolitana, tido como um presídio-modelo e apontado como uma das saídas para dar conta do aumento da população carcerária. Os presos do local deixaram de assistir às aulas ministradas na unidade e paralisaram as atividades de faxina, capina e outros serviços pelos quais são responsáveis. A “greve” começou na última segunda-feira e veio com uma ameaça de rebelião. Esse é mais um ponto de tensão nas unidades prisionais do Estado, que nos últimos sete dias registrou ao menos seis conflitos.

Ao contrário das demais, onde a superlotação é o problema, na unidade feita por meio de PPP há relatos de cortes de água e luz em represália a infrações. Os presos alegam que as medidas propagandeadas como exemplo a ser seguido não refletem a realidade. Eles afirmam que o trabalho não é um direito de todos, que a última refeição é servida às 17h30 e que falta material de higiene. Outra reclamação é uma suposta tortura psicológica, com ameaças de agressão.

Diante da situação, familiares de presos recorreram ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A mulher de um detento, que pediu anonimato, afirma que eles tentam negociar com a direção há uma semana, mas estão sendo ameaçados.

“A direção chegou a afirmar que, se a carta com as reclamações dos presos vazasse, eles iriam apanhar do grupo especial de agentes penitenciários. Eles também distribuíram garrafas de água aos detentos para quando fosse cortado o abastecimento. Nesta terça tivemos notícia de que a água e a luz de fato foram cortadas”, reclamou.

Em carta de detento enviada ao Ministério Público, ele reclama que os presos estão sendo perseguidos, com aplicações de punições graves sem motivação. A promotoria informou apenas que está ciente dos problemas e que está acompanhando o caso.

Estado. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) confirma que os detentos paralisaram as atividades em uma “manifestação pacífica”. A Seds aponta outras reivindicações, como a pernoite de visita íntima e o consumo de cigarro, mas destaca que a decisão de ceder ou não aos pedidos é do gestor privado do presídio.

Sobre as denúncias de tortura psicológica, a secretaria informou que o parceiro privado pode ser punido por qualquer atuação indevida, mas que não há nenhuma denúncia formal.

terça-feira, 17 de março de 2015

Mais uma vez querem deixar o sistema prisional de fora .Temos que entrar no Facebook do sargento Rodrigues e solicitar a ele para incluir os agentes Penitenciarios . Resposta do sargento rodrigues :Prezados companheiros, apresentarei emenda corrigindo e acrescentando os agentes penitenciários e socioeducativos. Abraços, : : Deputado Sargento Rodrigues Comissão especial da PEC que garante a gratificação de risco é criada na ALMG Repassem em todos os grupos de agentes que vc conhece .

Comissão especial da PEC que garante a gratificação de risco é criada na ALMG

Willian Dias almgOs parlamentares da comissão especial que analisará a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº15/2015 reuniram-se nesta terça-feira, 17/3/2015, para eleger o Presidente, Vice-Presidente e relator. O deputado Thiago Cota foi eleito Presidente, o deputado CELINHO DO SINTTROCEL foi eleito Vice-Presidente e designado RELATOR da matéria.
A proposição pretende assegurar direito aos Policiais e Bombeiros Militares e aos Policiais Civis ao trazer para a redação atual da Constituição do Estado de Minas Gerais o adicional de periculosidade na forma do inciso XXIII do art. 7º da Constituição da República.
A PEC, como mostra sua redação, englobará todos os militares que se enquadram na categoria, sem distinção de militares da ativa ou da reserva, como também os integrantes da Polícia Civil, sem distinção de ativos ou inativos.
Dessa forma, a proposta inclui o inciso XXIII do art. 7º da Constituição da República ao parágrafo 11 do art. 39 da Constituição Estadual, e ao art. 38, permanecendo todos os direitos já conquistados pelos policiais civis e policiais e bombeiros militares.
Segundo o deputado Sargento Rodrigues, a proposição tem por objetivo garantir aos policiais civis e aos policiais e bombeiros militares a gratificação por atividade de risco. O parlamentar destacou que propôs a PEC exatamente por entender que estes servidores realizam atividades perigosas, expondo suas vidas no melhor desempenho de suas funções, essenciais para garantir a segurança pública.
Rodrigues destacou, ainda, que de 2003 até a presente data 175 servidores da segurança pública faleceram em serviço ou em razão da atividade.
“Entendo que a forma como a PEC nº 15/2015 foi apresentada, com redação conforme a técnica legislativa que à época recomendava, tenha trazido algumas dúvidas para os companheiros, razão pela qual, em atenção a vocês, apresentei substitutivo com uma redação mais clara, sem deixar dúvida que não há nenhuma supressão de direitos e que a PEC apenas insere, no texto da Constituição Estadual, o direito destes servidores receberem gratificação pela atividade de risco”, afirmou o deputado Sargento Rodrigues.
Foto: Willian Dias/ALMG

PEC prevê aposentadoria especial aos agentes penitenciários e socioeducativos

ASPForam eleitos, na última quarta-feira, 11/03/2015, o Presidente, o Vice-Presidente, como também designado o relator da comissão especial criada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para emitir parecer sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 8/2015, de autoria do deputado Sargento Rodrigues, que prevê aposentadoria especial aos trinta anos de serviço para os agentes penitenciários e socioeducativos. 
O Presidente da Comissão será o deputado Doutor Jean Freire e o Vice-Presidente, o deputado Glaycon Franco. Já o relator será o deputado Ricardo Faria.
A proposta adotará o regime especial de aposentadoria para o agente penitenciário e socioeducativo que serão aposentados voluntariamente, independente da idade, após trinta anos de contribuição, desde que conte pelo menos vinte anos de efetivo exercício nos cargos de agentes.
As aposentadorias diferenciadas no regime de previdência podem ser aplicadas a servidores que são portadores de deficiência, que exerçam atividade de risco ou cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
Segundo o deputado Sargento Rodrigues, a Polícia Civil, Militar e Bombeiro Militar já contam com o benefício da aposentadoria especial e os agentes penitenciários e socioeducativos devem ser inseridos. “É assim nas Polícias Civil, Militar e no Corpo de Bombeiros, não podemos deixá-los de fora. É o mesmo que queremos para os agentes”, afirma. Ainda segundo Rodrigues, as atividades dos agentes penitenciários e socioeducativos são de risco e insalubre.
Força Nacional chega a Natal para auxiliar na segurança de presídios
Reforço para a segurança em presídios desembarcou nesta terça-feira (17). Série de rebeliões começou na quarta-feira (11); 11 unidades já foram alvos.
17/03/2015 10h45 - Atualizado em 17/03/2015 14h43
Por Fernanda Zauli
Do G1 RN
Homens da Força Nacional chegaram a Natal em um Hércules da FAB (Foto: Georgia Câmara)Homens da Força Nacional chegaram a Natal em um Hércules da FAB (Foto: Georgia Câmara/PM)
Setenta e nove homens da Força Nacional desembarcaram em Natal na manhã desta terça-feira (17) para reforçar a segurança nas unidades prisionais potiguares, onde ocorre uma série de rebeliões desde a semana passada.
A previsão, segundo a Secretaria de Segurança Pública, é que a tropa chegue a 200 militares ainda nesta terça. Há um acordo para que até 300 homens da Força Nacional atuem no Rio Grande do Norte. O pedido de reforço foi feito pelo governador Robinson Farias ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Desde a última quarta-feira (11), presos se revoltaram em onze unidades prisionais. Até o final desta manhã, duas ainda não estavam com a situação controlada: a Penitenciária Estadual do Seridó Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, em Caicó, e o Centro de Detenção Provisória de São Paulo do Potengi. O Rio Grande do Norte possui atualmente 33 unidades prisionais.

Os militares da Força Nacional chegaram em um avião Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) às 10h35. Eles seguem para o local onde ficarão alojados e, em seguida, já iniciam o trabalho nas unidades prisionais.
Além disso, dois helicópteros cedidos pelo Ministério da Justiça chegam a Natal também nesta terça.
Calamidade
O governador decretou situação de calamidade do sistema prisional do estado. A decisão considerou a destruição feita pelos rebelados de mil vagas, divididas entre Alcaçuz (450), Penitenciária Estadual de Parnamirim (250) e Cadeia Pública de Natal (300).
Com o decreto, medidas de emergência podem ser adotadas, e foi determinada a criação de uma força tarefa.
A situação das unidades prisionais levou àexoneração do secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Zaidem Heronildes da Silva Filho.
Presos do CDP de São Paulo do Potengi foram contidos e acomodados na quadra da unidade (Foto: Divulgação/Polícia Militar do RN)Presos do CDP de São Paulo do Potengi foram contidos e acomodados na quadra da unidade (Foto: Divulgação/Polícia Militar do RN)
Pedidos dos presos
Detentos gravaram vídeos em que fazem uma série de exigências, como a saída da diretora da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Dinorá Simas.
Uma TV e um ventilador em cada uma das celas, roupas e tênis para jogar bola na quadra e material de artesanato estão entre as reivindicações dos detentos do presídio estadual Rogério Coutinho, em Nísia Floresta, na Grande Natal. Os pedidos dos presos estão em uma carta obtida com exclusividade pelo G1.
A Secretaria de Segurança Pública afirmou, nesta segunda-feira (16), que "não vai negociar com preso".
Detentos atearam fogo dentro do Pereirão, em Caicó (Foto: Sidney Silva/G1)Detentos atearam fogo dentro do Pereirão, em Caicó (Foto: Sidney Silva/G1)
Unidades atingidas
Além do Pereirão, houve revoltas em quatro unidades na Zona Norte de Natal: Centro de Detenção Provisória de Potengi, Complexo Prisional João Chaves, Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato e Centro de Detenção Provisória da Zona Norte (CDP).
Também foram registradas rebeliões no Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na Zona Leste de Natal; na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, emNísia Floresta; e na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP).
Nesta terça, começou uma revolta de presos do Centro de Detenção Provisória de São Paulo do Potengi, cidade da região Agreste potiguar.
Ainda hoje, um preso foi esfaqueado dentro de Alcaçuz, maior unidade prisional do RN. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi enviada ao local, mas a entrada da ambulância ainda estava sendo negociada com os detentos pela manhã.
Transferências de presos
Na manhã desta terça-feira (17), cerca de 90 presos foram transferidos do Centro de Detenção Provisória da Ribeira, na Zona Leste de Natal. O destino dos detentos não foi revelado por uma questão de segurança. Ao longo do dia, presidiários de outras unidades também serão removidos.
Presos encerram rebelião em Alcaçuz no fim de tarde desta quarta (11) (Foto: Divulgação/Sejuc)Presos durante rebelião em Alcaçuz na última
quarta (Foto: Divulgação/Sejuc)
MP investiga falta de vagas
O Ministério Público do Rio Grande do Norteinstaurou inquérito civil para investigar a falta de vagas nos presídios do estado. O inquérito vai apurar medidas usadas pelos órgãos públicos responsáveis pela gestão do sistema penitenciário estadual. Segundo o MP, não há unidades prisionais suficientes no estado.
De acordo com o MP, a população carcerária no RN é de, aproximadamente, 7.650 pessoas, e o Estado disponibiliza cerca de 4 mil vagas. Devido à recente série de rebeliões nos presídios, o órgão investigará as condições estruturais das unidades prisionais e a gestão do sistema penitenciário.
A "grave ineficiência funcional dos agentes públicos responsáveis pela gestão deste sistema" é citada na publicação do Diário Oficial local como um dos principais motivos para a superpopulação carcerária.
Terceiro incêndio ocorreu no terminal do Golandim, em São Gonçalo do Amarante (Foto: Divulgação/Polícia Militar do RN)Terceiro incêndio ocorreu no terminal do Golandim
(Foto: Divulgação/Polícia Militar do RN)
Ataques a ônibus
A Secretaria de Segurança Pública investiga se a onda de rebeliões tem relação com a série de ataques a ônibus iniciada na tarde desta segunda na Grande Natal. Até o momento, a Polícia Militar doRio Grande do Norte registrou quatro ocorrências nos mesmos moldes.
De acordo com a PM, criminosos ordenaram que funcionários e passageiros deixassem os veículos e atearam fogo nos ônibus.

A cena se repetiu no bairro Petrópolis, na Zona Leste; no conjunto Vale Dourado, na Zona Norte; no bairro Golandim, em São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana; e em Parnamirim, também na Grande Natal.

Os ataques levaram as empresas de ônibus a recolher a frota de veículos mais cedo. Conforme a Secretaria de Mobilidade Urbana de Natal, os táxis da cidade foram autorizados a realizar lotações durante a noite e madrugada para atender a população. O Sindicato dos Rodoviários do RN informou que os ônibus voltaram a circular às 5h desta terça.
Carro da PM
Um carro da Polícia Militar do Rio Grande do Norte foi incendiado na noite desta segunda-feira (16) na zona Oeste de Natal. O veículo estava dentro de uma oficina na avenida Amintas Barros, no bairro do Bom Pastor. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed).
"O carro estava parado dentro da oficina porque passa por conserto. Alguém descobriu isso, entrou no local e ateou fogo nela", informou a assessoria da Sesed. Não se sabe qual o tamanho da destruição do veículo e quem ateou fogo nele.
Ônibus foi incendiado na Avenida Hermes da Fonseca, em Petrópolis (Foto: Kléber Teixeira/Inter TV Cabugi)Ônibus foi incendiado na Avenida Hermes da Fonseca, em Petrópolis (Foto: Kléber Teixeira/Inter TV Cabugi)

PCC criou células de inteligência para matar agentes penitenciários federais Flávio Costa Do UOL, em São Paulo 27/07/2017 - 04h00 Ouvir 0:00...