“Achei lamentável. Todos os turistas são bem-vindos. As medidas sugeridas podem trazer prejuízo para o restaurante e diminuir o turismo na cidade. Durante a alta temporada, mais da metade do nosso movimento é de mineiros”, disse Rosana Oliveira, caixa do Restaurante La Viola, na praia do Morro.
Diante da repercussão negativa, o prefeito tentou se explicar por meio de uma nota enviada pela assessoria de imprensa do município. “Está havendo uma distorção e má interpretação do que falei, principalmente nas redes sociais. Disse na entrevista (à rádio CBN Vitória nesta quarta) que desejaria em Guarapari um turista que gaste mais durante sua passagem na cidade, mas em momento algum deixamos de receber com alegria e dignidade todas as pessoas que circulam por nossa cidade, pois a cidade só é boa para o turista se for boa para o morador”, diz.
Para Gomes, é importante se normatizar e criar um ambiente para novos investimentos, para gerar renda e emprego e continuar crescendo e desenvolvendo-se de forma equilibrada e atrativa. “A normatização e a fiscalização irão regulamentar atividades que já existem, e dessa forma teremos como planejar e melhor desenvolver o município”, justificou.
Na cidade. Proprietário de uma empresa de traslados executivos, Douglas Tonon diz que os mineiros representam 95% do seu movimento durante todo o ano e que, de cada dez serviços prestados, oito têm Guarapari como destino.
“Acredito que a declaração foi um ato impensado. Quem trabalha com transporte já paga impostos, e quem tem imóvel também paga muitas taxas. Boa parte do turismo no Espírito Santo depende dos mineiros, que vêm com pouco ou muito, ficam um dia ou um mês. Guarapari foi adotada pelos mineiros, mas hoje não se tem um espaço específico dos ônibus de turismo. Deveria ser criada uma estrutura mínima para vir mais gente”, afirma o empresário da Táxi Dodô Transportes Executivo.
Mineiros já preferem passar férias em Cabo Frio
Revéillon, Carnaval e Semana Santa são as datas preferidas dos mineiros que vão para Guarapari. Por ano, José Alexandre Magalhães, empresário da BR-X Agência de Viagem e Turismo em Belo Horizonte, costuma fazer, em média, três excursões com cerca de 50 passageiros em cada data. Mas é quando anuncia algum pacote para Cabo Frio, no Rio de Janeiro, que as vendas disparam. “Para Guarapari a gente divulga, quase não enche, e algumas são canceladas. Para Cabo Frio, o telefone não para de tocar. O mineiro já está deixando de escolher (Guarapari) pelo que a cidade oferece”, avalia.
Apesar disso, de acordo com o empresário, o custo mais elevado na cidade fluminense ainda faz o mineiro preferir as praias capixabas. “Em Cabo Frio não se podem estacionar os ônibus nas ruas e se pagam R$ 200 para entrar nos estacionamentos e R$ 50 a diária. Fora o pedágio e alimentação, que são mais caros. Uma excursão de seis dias para Guarapari no fim do ano, com passagem e hospedagem com café da manhã, custa R$ 550 e para Cabo Frio R$ 630 em janeiro”, afirma.
Problema de interpretação
Em notam prefeito se defende de acusações e diz que foi mal interpretado. leia a nota na íntegra:
Como gestor do município de Guarapari me sinto na missão de estruturar nossa cidade para melhor desenvolver o nosso potencial turístico, e para tanto, a necessidade de qualificar o turismo e não o turista. Esse é meu desejo e compromisso como administrador.
Com esse ideal, pretendo nivelar alguns serviços, como normatizar os aluguéis de casas para veraneio para que gerem impostos, criar regras para a circulação de ônibus de excursão na cidade, dentre outras questões que refletem diretamente na melhoria do turismo.
Recebemos milhares de turistas e visitantes de várias partes do Brasil. Em entrevista à uma emissora de rádio na capital, em Vitória, em momento algum me referi a esta ou aquela região do país, afinal Guarapari é referência turística do estado do Espírito Santo e do Brasil.
Está havendo uma distorção e má interpretação do que falei, principalmente nas redes sociais. Disse na entrevista que desejaria em Guarapari um turista que gaste mais durante sua passagem na cidade, mas em momento algum deixamos de receber com alegria e dignidade todas as pessoas que circulam por nossa cidade, pois a cidade só e boa para o turista, se for boa para o morador, por isto a importância de se normatizar e criar ambiente para novos investimentos, para que possamos gerar renda e emprego e continuar crescendo e desenvolvendo de forma equilibrada e atrativa.
A normatização e fiscalização irão regulamentar atividades que já existem, e desta forma teremos como planejar e melhor desenvolver o município. Quem viaja para outros países fazendo turismo sabe que lá só deu certo porque houve visão empreendedora e ordenada.
Orly Gomes
Prefeito de Guarapari