segunda-feira, 14 de setembro de 2015


2015 08:24 - Atualizado em 14/09/2015 08:24

Temendo pela vida, agentes socioeducativos querem porte de arma

Gabriela Sales - Hoje em Dia
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Dione Afonso/Arquivo Hoje em Dia
Temendo pela vida, agentes socioeducativos querem porte de arma

Depois de guardas municipais e agentes prisionais conquistarem o direito de portar arma tanto para o desempenho da função quanto para a segurança pessoal, mais uma categoria requer esse tipo de licença. Dessa vez, são os agentes socioeducativos mineiros que esperam ganhar a autorização para andarem armados, caso o projeto de lei 1.973/2015, em tramitação na Assembleia Legislativa, seja aprovado pelos parlamentares.
 
Com a norma, o autor da proposição, deputado Cabo Júlio, quer garantir o cumprimento, pelo Estado, da lei federal 10.826/2003 (que autoriza agentes e guardas prisionais a portar armas).“Em Minas, a interpretação da lei foi equivocada quando restringiu o benefício apenas para agentes prisionais”, explicou. No país, a permissão já é realidade para os socioeducativos de Goiás e de Santa Catarina.
 
Discussões
 
Tal medida, porém, é polêmica. Para os agentes, a liberação do porte de arma garante segurança aos servidores do sistema e aos familiares deles, já que são ameaçados de morte dentro e fora do ambiente de trabalho.
 
Por outro lado, especialistas afirmam que a autorização vai na contramão do estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “O papel do socioeducativo é educar, ressocializar e estabelecer um resgate social desse adolescente em risco. O armamento, mesmo além dos muros, pode significar repressão”, opina a juíza Valéria da Silva Rodrigues, da Vara da Infância e Juventude de Belo Horizonte.
 
O coordenador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG, Cláudio Beato, avalia que a necessidade de posse de arma para os agentes expõe a fragilidade no trabalho desenvolvido com os jovens nos centros de internação. “Se esse trabalhador sofre ameaças, significa que o trabalho de recuperação está deficitário”.
 
Proteção
 
O Cabo Júlio garante que, sancionada a lei, o uso de armamento será apenas para a segurança pessoal dos agentes. “A norma não prevê o porte dentro dos centros de internação”.
 
De acordo com o parlamentar, é “inimaginável” um agente socioeducativo ficar a mercê de adolescentes reincidentes em atos infracionais graves, como homicídios, estupros e latrocínios”. “Ao deixarem a internação, esses menores colocam em risco a vida dos servidores”.
 
Temor
 
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Socioeducativo de Minas Gerais, Keifferson Pedrosa, reforça a vulnerabilidade dos agentes fora do local de trabalho. “Reivindicamos o armamento para os profissionais em situação de ameaça e com condições psicológicas para o porte. Em todo o tempo vivemos sob ameaça”.
 
Para o presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da OAB-MG, Anderson Marques, a liberação do equipamento necessita de avaliação individual e criteriosa, além de comprovar a necessidade dela. “E deve ser restrita para a segurança pessoal. É inadmissível o uso desse instrumento no ambiente de trabalho”.
 
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) não irá comentar o caso por se tratar de projeto de lei em tramitação no Legislativo.
 
Profissionais afirmam que falta treinamento permanente para lidar com os infratores
 
Além da ameaça de morte, a qualificação falha dos agentes socioeducativos também é apontada como mais uma fragilidade na segurança dos profissionais. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Socioeducativo de Minas Gerais, Keifferson Pedrosa, o pouco tempo de treinamento para iniciar as atividades no sistema acaba influenciando no trabalho deles.
 
“A orientação deficitária faz com que o risco dobre. Somos ensinados a lidar com jovens que, na teoria, seriam de menor periculosidade. Mas, apesar da pouca idade, eles são extremamente perigosos”, frisou.
 
Pedrosa afirma que os concursados recebem treinamento por 45 dias e os agentes contratados, por uma semana. Depois disso, segundo o sindicalista, os profissionais não são requalificados. “A capacitação deveria ser permanente”.
 
A informação, no entanto, é contestada pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). De acordo com a pasta, os concursados são capacitados após a nomeação e durante a carreira no sistema. O mesmo acontece com funcionários de contrato especial.
 
Em nota, a Seds informou que o treinamento dos agentes socioeducativos é feito em escola de formação da própria instituição, nos parâmetros definidos pela Escola Nacional de Socioeducação, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
No programa de capacitação, há aulas práticas e teóricas com disciplinas técnicas e troca de experiências.
 
Ponto de vista
 
Especialistas são unânimes em dizer que a qualificação dos agentes socioeducativos em Minas expõe a fragilidade na autorização do porte de arma para a categoria.
 
“O treinamento é deficitário. Falta um melhor conhecimento em segurança e primeiros socorros”, observa o presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Minas Gerais (OAB-MG), Anderson Marques.
 
Juíza da Vara da Infância e Juventude da capital, Valéria da Silva Rodrigues questiona a forma de preparação dos servidores. “É preciso rever o processo de seleção deles”, afirma.
 
A jurista reforça que a precariedade na qualificação dos socioeducativos reflete diretamente na recuperação e ressocialização do jovem infrator.
 
Além disso
 
A promessa da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) é de mais 160 vagas para adolescentes infratores até 2017, quando três centros de internação serão inaugurados em Minas.
 
As novas unidades serão abertas em Passos e Alfenas, no Sul do Estado – região que ainda não conta com nenhuma instalação do tipo; e em Tupaciguara, no Triângulo. A pasta afirma que os adolescentes terão, nesses centros, qualificação profissional, ensino regular e atendimento psicológico.
 
O Centro Socioeducativo de Alfenas será construído ao custo de R$ 15,5 milhões, recursos liberados por meio de convênio com a Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Já o governo estadual oferecerá uma contrapartida de R$ 300 mil. A previsão é a de que as 80 vagas na unidade estejam disponíveis no primeiro semestre de 2017. No momento, o Departamento Estadual de Obras Públicas (Deop) elabora o projeto executivo da obra.
 
A Seds informou que serão retomadas as obras do Centro Socioeducativo de Passos. Um prédio público na cidade está sendo reformado e será adaptado para receber as instalações, o que permitirá abrigar 40 adolescentes já no primeiro semestre do próximo ano.
 
Ainda em 2016 deverá ser inaugurado o Centro Socioeducativo de Tupaciguara, também com 40 vagas. A implantação da unidade foi interrompida em 2014 e, agora, serão aplicados R$ 200 mil na chamada rede lógica (comunicações e outras facilidades) e na aquisição de mobiliário e equipamentos.


domingo, 13 de setembro de 2015

SUAPI - Porque ninguém fica lá?

Uma das áreas mais críticas do Estado é o sistema prisional. Muitos problemas e pouco dinheiro para solucioná-los seria um simplista resumo do problema.

Mas, o problema é muito maior que isso. Por muitos anos o sistema prisional foi renegado a segundo plano nas politicas públicas de Defesa Social.

Basta analisarmos que os gestores do sistema, a Suapi sempre teve como Subsecretário alguém de fora do sistema: professor, promotor, delegado ou coronel.

Pessoas que merecem nosso respeito por suas carreiras brilhantes "fora do sistema", nunca houve alguem de dentro.

Será que nos quase 10 mil agentes de carreira, muitos pós graduados, mestres e doutores não há ninguem competente?Os competentes são sempre os de fora?

Tente colocar no Comando da PM alguem de fora, ou até um coronel da reserva, ou na chefia da Policia Civil um Delegado aposentado. A reação seria imediata. Mas no sistema pode. Aliás, pode tudo.

Presidios super lotados, prédios insalubres para os presos e para os agentes são uma pequena amostra do abandono desta área ao longo dos anos.

Alguem que chega de fora gasta pelo menos 6 meses para conhecer pelo menos superficialmente o Sistema. Os dois ultimos não duraram nem o tempo de conhecerem o tamanho do problema de suas pastas.

A Polícia Militar, minha instituição de origem, é uma das organizações mais sérias e competentes que conheço em Minas Gerais. Mas lugar de coronel é na PM. Essa coronelização no Sistema é uma afronta aos servidores de lá.

Quer dizer que na Seds/Suapi são todos incompetentes e temos que buscar fora pessoas para gerirem o sistema?

Talvez por isso ninguem fica lá. Não é de lá, não conhece e se assusta com o tamanho do problema.

Um coronel acabou de sair da Suapi e agora vai entrar outro? Amanha vamos trocar todos os diretores de cadeias por coronéis também?

Se é assim, se não há competentes em todo o Sistema incorporem a Suapi no organograma da Polícia Militar, ou seja, militarizem os presídios.

A coronelizaćão do sistema é uma afronta aos agentes e ao Sistema.

De nada adianta novos presídios, viaturas novas e armamento se o menor dos princípios vem sendo violado: o respeito a carreira dos servidore da SEDS.

Escolham quem quiserem, a decisão é superiorissima, mas antes de olhar pra fora, olhem pra dentro e os senhores se assustarão com a quantidade de gente competente no Sistema.

Para reflexão.

Deputado Cabo Julio

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

STF reconhece direito de policiais militares se aposentarem com 25 anos de serviço

Todos os policiais e bombeiros  militares conquistaram o direito de se aposentarem, com proventos integrais, aos 25 anos de serviços prestados à Polícia Militar. Esse é o novo entendimento dos Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Justiça de São Paulo. Tais entendimentos foram emitidos em sede de Mandado de Injunção, que é uma ação movida quando não existe uma lei que trate de algum direito constitucional.

De fato, a aposentadoria especial por periculosidade está prevista no Art. 40, § 4º da Constituição Federal de 1988, e até o presente momento em São Paulo, o Governo do Estado nada fez para editar lei que regulamente tal direito. Dessa forma, os Desembargadores reconheceram que a atividade policial militar é de fato de alta periculosidade, e por isso, determinaram que a lei aplicável ao Regime Geral de Previdência (Lei 8213) seja agora aplicável ao policial militar, em face da demora do legislador paulista. Com isso, os Tribunais demonstram cada vez mais a nova visão no sentido de que cabe ao Poder judiciário legislar positivamente, em face da demora do Poder Legislativo, considerando o interesse público.

O melhor de tudo é que Judiciário reconheceu que tais decisões são “erga omnes”, ou seja, se aplicam a todos os demais integrantes da carreira policial (civil ou militar), e tal aposentadoria DEVE SER REQUERIDA NA VIA ADMINISTRATIVA AO COMANDANTE IMEDIATAMENTE SUPERIOR, requerimento este que não pode ser negado, pois do contrário, haverá flagrante desobediência à ordem judicial da via mandamental.

Esperamos agora que as instituições viabilizem o mais rápido possível a concretização de tais direitos, de forma que o policiais militares, bombeiros e policias civis rapidamente concretizem seus direitos de aposentadoria (sem óbces administrativos). Com isso, vê-se que o Poder Judiciário concedeu uma grande valorização da carreira policial, que de fato, é altamente periculosa. A decisão está no acórdão 990100375334 do TJSP.

Mandado de Injunção é uma ação movida quando não existe uma Lei que trate de algum Direito Constitucional, pela morosidade de ser criada uma Lei com referência ao Artigo 40 § 4º da Constituição Federal de 1988, como o Governo não fez nada para editar Lei que regulamentasse tal direito. Desta forma os desembargadores reconheceram que a atividade é de fato de alta periculosidade e por isso, determinaram que a Lei aplicável ao regime geral de Previdência (Lei 8.213) seja agora aplicável ao Policial Militar em face da demora do Legislador. Com isso, os tribunais demonstraram a nova visão no sentido de que cabe ao Judiciário Legislar positivamente, em face da demora do Poder Legislativo considerando o interesse público. O bom de tudo isto é que o Poder Judiciário reconheceu que tais decisões se aplicam a todas as demais carreiras Policiais (Civil ou Militar). Tal aposentadoria deve ser deixado bem claro que não é compulsória deve ser requerida na via administrativa ao Comandante imediatamente superior. Esperamos agora que as Instituições viabilizem o mais rápido possível a concretização de tais direitos, de forma que os Policiais tenham seus direitos de aposentadoria e festejem esta nova conquista. Que o entendimento e o bom senso tragam pelo menos a esperança de que tal decisão seja cumprida em todos os estados brasileiros, afinal a decisão é erga omnes, como não sou muito chegado ao latim, explico-me dizendo, que é um ato, lei ou decisão que a todos obriga ou sobre todos tem efeito.

universopolitico.com (edit MHC)
PMMG ABRE INSCRIÇÕES PARA O CONCURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS PARA INTERIOR DO ESTADO

Foram abertas hoje, 10 de setembro, as inscrições do concurso público destinado a selecionar candidatos para o CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS DO QUADRO DE PRAÇAS DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS (QPPM), para o ano de 2016.
A inscrição deverá ser feita via Internet, através do site do CRS ( HYPERLINK "http://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.pmmg.mg.gov.br%2Fcrs&h=XAQGYL2Ng&enc=AZN0UIhIAKMXTI9cqM1MSYJfRPHlRzgVJQ-E2Mi3qbnvFCQi-IhVdM7vmNcJjw32sAIpI2CGr6isVmxoOvvpqD1NkdYpskwJHbeLcXZaX_VUJq0BTV5M1ZSXfhQbhcc8zYT4VjsY4l0If39pENh3_EhCnhyNTWXzJtDTTBIP-gg0s7WyLZAUZQ1o37-Y4n72v7LXEFbJelWxWDHKA0DGe6zH&s=1" \n _blankwww.pmmg.mg.gov.br/crs), no período de hoje, 10/09, até o dia 13/10/15. O valor da taxa de inscrição é de R$122,95 (cento e vinte e dois reais e noventa e cinco centavos).
Serão oferecidas um total de 1.590 (um mil, quinhentas e noventa) vagas, sendo 1.431 (um mil quatrocentos e trinta e uma) vagas para o sexo masculino e 159 (cento e cinquenta e nove) vagas para o sexo feminino. O curso funcionará no interior do Estado, com vagas para as seguintes Regiões: 4ª, 5ª, 6ª, 7ª, 9ª, 10ª, 11ª, 12ª, 14ª, 15ª, 16ª, 17ª, 18ª.
Para a 11ª RPM, serão oferecidas um total de 120 (cento e vinte) vagas, sendo 108 (cento e oito) vagas para o sexo masculino e 12 (doze) vagas para o sexo feminino. O candidato, dentre outras exigências presentes no edital, deverá ter nascido no período compreendido entre 28/07/1986 a 28/07/1998, além de possuir Ensino Superior.
O Curso de Formação de Soldados (CFSd) para o QPPM funcionará nas Sedes de Regiões e Unidades do Interior do Estado, no caso da 11ªRPM será no 10º BPM em Montes Claros, e terá duração de 09 meses, com início previsto para 28 de julho de 2016 e término em abril de 2017. Concluído com aproveitamento o CFSd e satisfeitas as exigências legais, o Soldado 2ª classe será promovido e movimentado para quaisquer cidades pertencentes às Regiões da Polícia Militar a qual concorreu.
O processo seletivo será desenvolvido em 4 (quatro) fases: a) 1ª fase: provas de conhecimentos (objetiva e dissertativa); b) 2ª fase: exames de saúde (preliminares e complementares); c) 3ª fase: teste de capacitação física (TCF); d) 4ª fase: avaliações psicológicas e exame toxicológico.

As provas da 1ª fase serão aplicadas em 13/12/15 e as demais atividades seguirão conforme o calendário previsto no Anexo “A” do edital regulador do certame.


Comando Regional em Montes Claros, 10 de setembro de 2015.
Assessoria de Comunicação Organizacional

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

RASILJUSTIÇA

Em decisão histórica, STF intervém no sistema carcerário

Supremo decide impedir União de contingenciar recursos do Fundo Penitenciário Nacional e manda governo desbloquear R$ 2,4 bilhões

Rebelião no pavilhão 10 do Presídio Regional de Feira de Santana, cidade localizada a cerca de cem quilômetros de Salvador, deixou ao menos sete detentos mortos e cinco feridos – 24/05/2015
Presídio Regional de Feira de Santana, cidade localizada a cerca de cem quilômetros de Salvador (BA) (Luis Tito/AG ATARDE/VEJA)
Em um dos mais evidentes exemplos do criticado ativismo judicial, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira intervir na reordenação do sistema prisional brasileiro e ordenou que a União seja impedida de contingenciar recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen). O Supremo também determinou que o governo desbloqueie os cerca de 2,4 bilhões de reais retidos e aplique os recursos no sistema carcerário. Criado em 1994, o Funpen é abastecido com dinheiro arrecadado de loterias, multas de sentenças penais e bens confiscados.
Também ficou decidido que, em até noventa dias, os tribunais estaduais devem passar a realizar audiências de custódia para a apresentação de presos em flagrante a um juiz no prazo de até 24 horas após o momento da prisão.
Ao elencar as medidas que União, Estados e municípios devem colocar em prática para melhorar as condições das cadeias brasileiras, pela primeira vez na história o STF acolheu a tese jurídica conhecida como "estado de coisas inconstitucional", uma situação em que a Justiça, atuando como interventora, reconhece a violação massiva, permanente e generalizada de direitos fundamentais, atesta a omissão histórica da administração pública e decide aplicar uma espécie de "remédio" para reverter a inércia das autoridades.
A despeito da intenção de conter a situação degradante dos presídios brasileiros, comparados a "masmorras medievais" pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a decisão desta quarta-feira do STF é interpretada como uma violação ao princípio da separação dos poderes e consagra uma espécie de arbítrio judicial aos ministros que, nesta decisão, se investiram de poderes absolutos para definir a prioridade de uma política pública.
No julgamento, porém, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, rejeitou a tese que o Supremo estaria extrapolando suas funções. 'É uma interferência legítima porque este estado é insuportável e se tornou permanente tendo em conta ações e omissões das autoridades públicas responsáveis pelo sistema penitenciário brasileiro", disse.
A discussão sobre a necessidade de intervenção do Poder Judiciário nos presídios brasileiros foi motivada por uma ação do PSOL, que listou uma série de medidas que deveriam ser aplicadas para melhorar as condições das cadeias. Sem força política para aprovar essas propostas no Congresso Nacional, foro adequado para discussões e proposições legislativas, o partido chegou a pedir - em vão - que o STF afirmasse até que juízes têm o "poder-dever" de flexibilizar as regras para progressão de regime e liberdade condicional quando considerarem que a situação do presídio é mais severa do que a pena imposta ao detento.
Para o ministro Marco Aurélio Mello, relator do processo, o fato de a defesa dos direitos dos presos ser um tema "impopular" impede que políticos apadrinhem a proposta como uma plataforma eleitoral. "É difícil imaginar candidatos que tenham como bandeira de campanha a defesa de dignidade dos presos", disse.
"Há uma situação de absoluta patologia inconstitucional gerada pela inércia do Estado, que fere, sobretudo, o sentimento de decência dos cidadãos dessa República democrática. No quadro de distorções revelado pelo clamoroso estado de anomalia, o que se extrai da nossa experiência é a lamentável conclusão que, em matéria de execução penal, estamos no plano da pura ficção jurídica", completou o decano do STF Celso de Mello.
"Estamos diante de um daqueles temas diante do qual nós, em geral, capitulamos. Não temos no âmbito do Judiciário sequer a desculpa de dizer que é culpa da administração, porque somos administradores do sistema. Nós temos grande responsabilidade na mantença desse quadro de caos", disse, em seu voto, o ministro Gilmar Mendes. "Em várias ocasiões essas políticas públicas não são enfrentadas porque politicamente enfrentá-las terá um preço social muito grande para quem compete decidir. Então empurra-se para o Poder Judiciário, cujos juízes não são eleitos, porque ali eles não têm compromisso com o eleitorado e eles então resolvem as questões", afirmou o ministro Luiz Fux.
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Prisão

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Detentos ateiam fogo em colchões em presídio de Barbacena



Pelo menos 20 presos precisaram de atendimento médico
Detentos do Presídio de Barbacena atearam fogo em colchões de três celas, por volta das 17h30 desta terça-feira (08). Em razão do incêndio e da grande quantidade de fumaça, pelo menos 20 internos precisaram ser removidos para hospitais da cidade por causa de problemas respiratórios. Além de 3 guarnições de Bombeiros, que controlaram o fogo, militares da Cia de Missões Especiais e Agentes Penitenciários foram empenhados na ocorrência.
A motivação para a rebelião ainda é desconhecida.
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20150908161428
20150908161432

DEP. CABO JÚLIO SE MOBILIZA PARA OFICIALIZAR FORÇA TAREFA EM DEFESA DOS AGENTES DA SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO



A Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou requerimento que será enviado ao Secretário de Defesa Social, ao Procurador Geral de Justiça, ao Comando da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros e ao Chefe de Polícia Civil solicitando providências quanto a criação de uma Força Tarefa permanente e institucional voltada para investigar e combater a violência contra profissionais da área de segurança pública do Estado.

O Deputado CABO JÚLIO, vice-líder do Governo na ALMG aproveitou para acrescentar uma informação do Secretário de Defesa Social (Seds), Bernardo Santana, de que convidou para a Força Tarefa a inteligência da Polícia Federal e das Força Armadas para que as informações sejam trocadas entre as instituições. A iniciativa leva em consideração a ação de grupos de criminosos de outros Estados atuando em municípios que fazem divisa com Minas Gerais.

Outra sugestão do Deputado é que cada Região Integrada de Segurança Publica (Risp) tenha sua própria Força Tarefa - com o objetivo de se antecipar ao problema evitando baixas na área da segurança pública. ''Se nós agentes da segurança pública somos alvejados por criminosos, imagina o cidadão comum. Somos de um época que, quando alguém atacava algum colega nosso, o turno todo recolhia", disse

Segundo informações apresentadas durante audiência pública nesta terça-feira (08/09), de 2003 até hoje, 184 profissionais da segurança do Estado foram assassinados em serviço ou em razão dele.

A Polícia Militar, por meio do tenente-coronel Wanderlúcio Ferraz dos Santos, informou que a instituição criou em 2014 (Resolução 4346), o Grupo Especial de Resposta Imediata (Geri) - cujo propósito é apurar os casos de riscos e ameaças, além de auxiliar os profissionais vitimados.

Para o promotor de justiça Luis Gustavo Melo Beltrão, a solução dos crimes e ameaças contra policiais passa por uma maior aproximação das instituições ligadas à segurança pública, com designação de membros de todos os órgãos para acompanhar de perto cada caso. Enfatizando a importância desta união “com empenho e comprometimento de todos os envolvidos”, o representante do Ministério relembrou a investigação que identificou os criminosos da morte do Sd Charles, e da prisão dos criminosos que mataram o Sgt Fábio no bairro Gurtierrez em Belo Horizonte.


PCC criou células de inteligência para matar agentes penitenciários federais Flávio Costa Do UOL, em São Paulo 27/07/2017 - 04h00 Ouvir 0:00...