O soldado da Polícia Militar Leandro da Silva foi condenado nesta quarta-feira (19) a 17 anos, um mês e 21 dias de prisão em regime inicialmente fechado pela morte do ajudante de caminhão Alex de Faria Diniz. O crime aconteceu em 24 de dezembro de 2011 na casa da vítima, na região do Barreiro, em Belo Horizonte
O militar, que também respondia pelo crime de tortura da mulher de Diniz, teve a acusação desclassificada para crime de lesão corporal leve.
Com a condenação por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e praticado de maneira a não permitir a defesa da vítima, o militar não poderá recorrer em liberdade, de acordo com o Fórum Lafayette. Ele continua detido no 41º Batalhão da Polícia Militar. O juiz Alexandre Cardoso Bandeira, do 2º Tribunal do Júri, determinou a perda da função militar.
Segundo o promotor do Ministério Público Herman Lott, a vítima foi ameaçada em um supermercado e teve a casa invadida na véspera de Natal por causa de uma briga com um vizinho. Alex Diniz costumava parar o carro, um Uno verde, na porta da casa do vizinho, o que teria motivado a discussão. Leandro da Silva é amigo desse vizinho e teria feito ameaças de morte a Alex Diniz em um supermercado ao reconhecê-lo como dono do veículo.
O advogado do soldado, Ercio Quaresma, não quis se procunciar sobre a condenação.
Depoimentos
A mãe da vítima, Jaquelina de Faria, afirma que o filho tentou denunciar a invasão no dia em que foi morto.
— Ele me ligou e falou: “o rapaz que me ameaçou está aqui na porta”. Eles são covardes. Eu tenho nojo deles. O que eles fizeram com meu filho. Nada justifica, ser policial e tirar a vida do meu filho.
Uma tia de Leandro, Ivanilda de Faria, afirma que ouviu a confissão do soldado.
— O Leandro arrebentou o cadeado do portão, e o Alex gritando lá de cima: “Eu não fiz nada com você”, e ele “eu só quero você, só quero te matar”. Meu marido falou: “sai fora, Leandro”, mas ele disse: “Sai, senão eu mato você também”.
— O Leandro arrebentou o cadeado do portão, e o Alex gritando lá de cima: “Eu não fiz nada com você”, e ele “eu só quero você, só quero te matar”. Meu marido falou: “sai fora, Leandro”, mas ele disse: “Sai, senão eu mato você também”.