Detentos foram mortos com golpes de estilete em rebelião, afirma SAP
Motivo dos homicídios seria uma briga entre os presos, acredita sindicato.
Motim que durou quase 22 horas teve 68 reféns; ninguém ficou ferido.
Rebelião terminou após chegada da Tropa
de Choque (Foto: Reginaldo dos Santos/EPTV)
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou, na tarde
desta segunda-feira (15), que os dois presos mortos durante uma rebelião de quase 22 horas
na Penitenciária de Itirapina foram agredidos com golpes de estiletes.
As vítimas cumpriam pena por furto e roubo, além de outros crimes não
divulgados. A SAP informou que abriu procedimento pela Corregedoria
Administrativa do Sistema Penitenciário para apuração do ocorrido e fez
transferências de presos para ajudar nas investigações.de Choque (Foto: Reginaldo dos Santos/EPTV)
De acordo com a Polícia Militar, dois detentos se entregaram e confessaram as mortes dos companheiros. O secretário geral do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo, João Alfredo de Oliveira, acredita que as mortes não estavam relacionadas à rebelião e sim a uma briga entre os presos. "É coisa para ser apurada, mas a gente acha que é richa entre eles", afirmou.
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Transferências
O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional informou que 75 presos foram transferidos da Penitenciária na manhã desta segunda. A SAP confirmou as transferências, mas não divulgou a quantidade e o destino dos presos por questões de segurança. O presídio, que tem capacidade para 210 presos no regime fechado, abrigava 602 até então.
Rebelião na penitenciária de Itirapina terminou com
2 mortos
Rebelião2 mortos
O motim teve início às 11h de domingo (14) e manteve 68 reféns, sendo 51 mulheres, sete homens e 10 menores de 18 anos. A Tropa de Choque foi chamada e chegou ao local por volta das 6h30 desta segunda-feira, mas não precisou invadir a penitenciária, já que houve negociação. Todos os reféns foram soltos sem ferimentos, às 8h20, e os presos retornaram as celas. Não houve danos ao patrimônio, segundo a SAP.
O sindicato Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo informou que os presos tentaram render os funcionários, mas não conseguiram e, com isso, a rebelião perdeu força.
A mãe de um presidiário, que não quis ser identificada, disse que o incidente teve início quando uma visitante foi impedida de entrar por problemas na documentação. Ela afirmou que viu um preso carregando a cabeça de outro que teria sido decapitado no local. Segundo ela, o problema com a entrada da visitante foi apenas o estopim para que os detentos fizessem outras reivindicações como a presença de médicos, atendimento judiciário e a ampliação do horário de visita até as 16h. Atualmente, ele é encerrado às 15h.
A SAP não comentou as reivindicações dos presos, mas, durante a manhã, a diretoria da penitenciária convidou cinco familiares de detentos para entrar e conhecer as condições no local.
Operação
Pelo menos três ônibus e 10 viaturas da Tropa de Choque deixaram a capital durante a madrugada para conter a rebelião. No domingo, muitas viaturas da PM vieram de várias cidades para reforçar a situação. O helicóptero Águia também foi acionado.
Reféns foram liberados da Penitenciária após quase 22 horas (Foto: Reginaldo dos Santos/EPTV)