Noticia colocada em:14/04/2013
Caos Penitenciário: Agentes trabalham com máscaras
Os
180 agentes penitenciários que hoje atuam no Presídio Federal, em Campo
Grande, denunciam que trabalham sobre condições degradantes por causa
da proximidade com o lixão do Dom Antônio Barbosa. O problema é causado
pelo forte odor liberado com a decomposição dos resíduos orgânicos, o
chorume, depositados até novembro de 2012.
Alguns
agentes chegam a trabalhar diariamente com máscaras, para evitar a
exposição ao odor liberado pelo líquido. “O mau cheiro fica no ar. É um
cheiro podre, fétido, fica impossível trabalhar”, conta a presidente do
Sindicato dos Agentes Penitenciários Federais, Cíntia Assumpção.
Até
novembro de 2012, quando começaram as operações no aterro sanitário, o
chorume era despejado no lixão, muitas vezes apenas com uma fina camada
de terra por cima, o que ajuda no forte odor. Desde novembro, o chorume é
destinado à ETE Los Angeles, onde é tratado pela Águas Guariroba.
O
próprio contrato da Solurb, concessionária responsável pelo tratamento
do lixo em Campo Grande, estabelece a instalação de coletores de gás e
“queimadores” no lixão, que auxiliam a amenizar o cheiro, segundo a
Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e
Habitação).
“Tem
medidas que estamos adotando, como colocar mais camadas de terra, além
da instalação dos coletores por parte da Solurb. Com plena certeza,
essas ações tiram em mais de 70% o cheiro”, afirmou Semy Ferraz,
secretário da Seintrha.
Semy
ainda destacou que o erro básico foi a construção do presídio na região
próxima ao lixão. "Prejudica muito os servidores", lamentou.
Cobrança
O
sindicato que representa os trabalhadores pede uma solução do poder
público. “Alguma coisa precisa ser feita. Sabemos que não pode ser de
imediato, mas o lixão precisa ser desativado, e não deveria ter sido
construído em um local tão próximo ao presídio”, defende Cíntia.
Ela
reclama do novo aterro sanitário que, segundo a prefeitura, é coberto e
não recebe chorume, não sendo responsável pelo odor, que vem do lixão.
“Estamos sujeitos a diversos problemas de saúde, além de o chorume
atrair moscas, que também transmitem diversas doenças”, acrescenta.
Local onde o presídio está localizado é “impróprio”
Para
Semy, o erro foi ter autorizado a construção do presídio tão próximo do
lixão. “O Ministério Público deveria ter acompanhado essa questão
quando o terreno da construção foi doado, e não ter permitido que aquele
local fosse destinado”, afirma.
Para
Semy, existe a possibilidade de que, caso seja feita uma nova licitação
para a empresa que vai cuidar do lixo em Campo Grande, seja incluída
uma cláusula que garanta que uma Usina de Triagem de Resíduos seja
construída.
O contrato foi feito na antiga gestão, e agora, o prefeito Alcides Bernal (PP) analise a possibilidade de revogar o contrato.
MídiaMax