Jornal Nacional mostra sistema da Penitenciária Federal de Porto Velho
Antônio Carlos de Holanda Cavalcanti Considerada uma das prisões mais temidas pelos bandidos, a Penitenciária Federal de Porto Velho foi tema de uma reportagem agora há pouco no Jornal Nacional, da TV Globo.
Nas celas não há tomadas, portanto, nenhum equipamento eletrônico, fumar cigarros é proibido e quem dá entrada fica 20 dias isolado, sem nenhuma visita. A visita íntima é uma regalia e só com comportamento muito bom, após um determinado período, o apenado poderá participar de atividades de inclusão social, como cursos profissionalizantes, por exemplo, ou contatar seus visitantes - que, obviamente, moram em localidades muito distantes - através de um sistema de vídeo-conferências.
Todos os que são transferidos para essa casa prisional são criminosos de altíssimo potencial ofensivo, como o membro do PCC apelidado de Piauí, acusado de ser um dos principais mandantes das recentes execuções de policiais em São Paulo.
Nessa penitenciária não há lotação além da capacidade de vagas (208), e nenhum preso exerce liderança sobre a massa carcerária, pois o controle sobre eles é muito rígido.
Visão geral do prédio da Penitenciária de Porto Velho
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Foi entrevistado durante a matéria um juiz corregedor federal, que acompanha a execução de pena dos detentos recolhidos na Penitenciária Federal de Porto Velho, podendo-se denotar que há respaldo do Judiciário Federal em relação a aplicação de um sistema tão rígido.
Lembro que a Penitenciária Regional de Caxias do Sul, quando começou a receber presos em 2008, instituiu um modelo disciplinar parecido, com uniformização de todos os detentos (na Federal de Porto Velho também são uniformizados), sem tomadas nas celas, sem cigarros e um sistema rígido de controle da movimentação no interior da prisão, no entanto, não houve respaldo das autoridades na época, que permitissem a manutenção de um sistema assim.
Talvez o que tenha atrapalhado a manutenção regime mais rígido em Caxias do Sul tenha sido o fato dos presos não possuírem na sua totalidade um perfil de periculosidade tão alta.
Nas penitenciárias federais só são recolhidos os presos que respondem pelos mais diversos e violentos crimes e ainda exercem liderança negativa junto à massa carcerária e também em relação a comparsas que estão na rua.
Eu entendo que devíamos ter algumas penitenciárias regionais que impusessem um regime com esse tipo de rigidez, mas só para aqueles criminosos realmente líderes negativos e com alto potencial agressivo. Isso iria desarticular certas facções, a partir do isolamento de seus principais líderes.