Dois policiais militares reformados, ambos com mais de 60 anos de idade, foram presos por abusarem de crianças e adolescentes e por posse de materiais com conteúdo pornográfico infantil. As prisões aconteceram nessa terça-feira (4) após um mês de investigação, depois que a mulher de um deles denunciou o próprio marido.
De acordo com o promotor da Coordenaria Estadual de Combate ao Crime Cibernético, doutor Mário Higuchi Júnior, a companheira do militar descobriu nove pen drives no cofre da casa da família com o suspeito mantendo relações sexuais com crianças e adolescentes que eram próximos do casal.
“A mulher entregou o material na Corregedoria da Polícia Militar, e a nossa equipe foi acionada. Além do homem transando com as vítimas, identificamos um outro suspeito, que mora em Diamantina, e também tinha feitos vídeos pornográficos”, disse o promotor.
A equipe resolveu desmembrar o caso e continuar com as investigações. Nessa terça, o promotor e mais três policiais deslocaram até Corinto para realizar a prisão preventiva do militar. No imóvel foram localizados e apreendidos mais pen drives e computadores. O homem negou que era ele nas imagens e disse que só vai prestar declaração em juízo.
Enquanto uma equipe estava em Corinto, outra deslocou para a rua Centenário, em Diamantina, para cumprir um mandado de busca e apreensão. No endereço, os policiais encontraram o idoso de 62 anos, que é separado e mora sozinho. No computador dele foram localizadas imagens pornográficas.
“Até então, não cabia prisão preventiva para ele porque as relações sexuais tinham acontecido há muitos anos e o crime tinha prescrito. Porém, ele foi preso em flagrante pela posse dos materiais. O policial alegou que todo o conteúdo foi mandado pelo amigo de Corinto”, explicou Higuchi Júnior.
Além dos produtos, foi localizado na pochete do idoso um revólver calibre 38 com quatro cápsulas intactas e uma deflagrada, além de mais dez cartuchos do mesmo calibre.
O suspeito apresentou um Certificado de Registro de Arma de Fogo (Craf), mas o documento estava vencido. Com isso, a arma com os projéteis foram apreendidos.
Os policiais foram recolhidos em batalhões de Belo Horizonte e todo o material será analisado também na capital mineira.
“Durante as investigações, eles ficarão nos batalhões, mas, depois, devem responder na Justiça comum. Com isso, a dupla pode ser levada para uma cadeia ou presídio”, explicou o promotor.
Os policiais podem responder pelo Artigo 240, que é produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente, e o Artigo 241, que é vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente, ambos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
No final das investigações, eles também poderão ser indiciados por estupro de vulnerável. As prisões foram informadas para promotores das duas cidades, que vão acompanhar os casos.
Atualizada às 12h57.