Os prefeitos eleitos nas cidades mineiras em que houve segundo turno gastaram o que podiam e o que não podiam para se elegerem. Durval Ângelo (PT), derrotado no segundo turno das eleições municipais de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, deixou uma dívida de campanha de quase R$ 4 milhões, a maior dentre todos os candidatos na reta final.
Conforme os dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha do candidato petista arrecadou pouco mais de R$ 4 milhões e gastou cerca de R$ 8 milhões.
Entre os maiores colaboradores de Durval estão o Partido dos Trabalhadores, que doou R$ 902.486,50, o comitê financeiro da coligação, que colaborou com R$ 150 mil, o Banco BMG, autor de doação de R$ 300 mil e a empresa Capital Brasileiro de Empreendimentos Imobiliários, com R$ 250 mil. O próprio Durval investiu R$ 36 mil e seu vice, Léo Antunes (PSB), R$ 500.
Seu adversário, o eleito Carlin Moura (PCdoB), também terminou a campanha devendo R$ 114.946,35.
O comunista arrecadou R$ 4.541.164,70 e gastou R$ 4.656.111,05. O maior colaborador de sua campanha foi o PCdoB, cujos diretórios municipal e nacional entraram com doações de mais de R$ 1,4 milhão. O próprio Carlin tirou do bolso pouco mais de R$ 454 mil. O montante corresponde a 80% dos bens declarados pelo prefeito eleito em Contagem, cujo total é de R$ 809.066,25, dividido em automóveis, dinheiro, consórcio e participação societária.
Entre as doações de pessoas jurídicas, a maior fica por conta da empresa atacadista Marcio Atacado, com R$ 150 mil. A OnLine Telecomunicações e Informática doou R$ 100 mil para campanha do novo prefeito de Contagem.
Gastos. Ontem foi o último dia para que os cem candidatos a prefeito e vice, que disputaram o segundo turno em todo o Brasil, entregassem ao TSE suas prestações de conta de campanha.
Contagem foi a cidade, das que tiveram segundo turno no Estado, em que os candidatos mais gastaram. Somados, Carlin Moura e Durval Ângelo tiveram despesas superiores a R$ 12 milhões. Pelo menos é o que mostra o cruzamento de dados entre as doações que eles fizeram para suas campanhas, e a declaração de bens enviada ao TSE no dia do registro de suas candidaturas.
Nas cidades do interior do Estado que tiveram segundo turno, os candidatos a prefeito também não pouparam gastos. Paulo Piau (PMDB), eleito em Uberaba, no Triângulo Mineiro, tirou do bolso R$ 673.150 mil, conforme prestação de contas divulgada pelo TSE. Entretanto, na declaração de bens informada para a Justiça Eleitoral, Piau afirmou ter patrimônio de pouco mais de R$ 517 mil.
Ruy Muniz (PRB), novo prefeito de Montes Claros, no Norte de Minas, doou cerca de R$ 420 mil para pagar a sua campanha, o que corresponde a 98% de seu patrimônio declarado.
A exceção à regra fica por conta de Bruno Siqueira (PMDB), eleito em Juiz de Fora, na Zona da Mata, que doou à sua campanha pouco mais de R$ 2.800.
O levantamento não inclui os valores dos petistas Paulo Guedes e Margarida Salomão, derrotados, respectivamente, em Montes Claros e Juiz de Fora. A prestação de contas deles não estava disponível no sistema do TSE até o fechamento da reportagem. (LP)