sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Apesar de pequena trégua, Santa Catarina já soma cem ataques violentos.

Apesar de pequena trégua, Santa Catarina já soma cem ataques violentos.

Com dois novos ataques na madrugada desta sexta-feira (10), sinalizando uma retomada depois de 46 horas de trégua, subiu para cem o número de incidentes da onda de violência conduzida pela facção criminosa PrimeiroGrupo Catarinense (PGC). Contudo o transporte coletivo em Florianópolis voltou à normalidade, depois de 12 dias com serviço tumultuado por falta de segurança.
A organização ataca policiais, instalações públicas e o sistema de transporte há 15 dias. Os ataques diminuíram depois que as autoridades transferiram os líderes da facção para cadeias fora do Estado, no último sábado (4). O Ministério da Justiça auxilia as autoridades estaduais no combate. Tropas da Força Nacional de Segurança e da Polícia Rodoviária Federal estão com dez barreirasfixas nas rodovias, com o objetivo de asfixiar a parcela do PGC que está nas ruas.
Conforme o relatório da Polícia Militar, o último incidente ocorreu em Laguna (a 90 km de Florianópolis), na madrugada desta sexta-feira (10). Dois caminhões foram incendiados. Em Penha (a 110 km da capital), uma escolapública foi queimada. Não houve feridos.
A Secretaria de Segurança informou que 75 pessoas já foram presas desde o início da crise. No período, dois suspeitos foram mortos em confrontos com a polícia e um agente prisional foi assassinado – crime ainda não solucionado.
A Secretaria da Justiça, responsável pelos presídios, informou que nas duas ondas de violência similares, ocorridas em 2012 e 2103, de autoria confirmada do PGC, a motivação era a busca de regalias nas cadeias. Desta vez, os ataques estariam ocorrendo porque os criminosos queriam o fim do combate ao narcotráfico nas ruas, que é a fonte de renda da organização.
Segundo a Polícia Militar, a transferência de presos das cadeias catarinenses cortou o laço entre mandantes e executores dos crimes. Cadanovo incidente ocorrido nas ruas vai para os relatórios da PM apenas depois que o setor de inteligência da corporação identifica alguma relação dos autores com o PGC.

Histórico

O PGC orquestrou as duas ondas incendiárias notáveis vividas pelo Estado em novembro de 2012 (58 ataques, 27 ônibus incendiados em 16 cidades) e janeiro/fevereiro de 2013 (111 ataques em 36 cidades, com 45 ônibus queimados).
A violência acabou depois que a Força Nacional de Segurança ocupou os presídios, isolou os líderes e transferiu 40 deles para cadeias fora de Santa Catarina. Cerca de 120 pessoas foram presas e acusadas pelos crimes.
Em maio, 83 pessoas foram condenadas pelos ataques a penas que, somadas, chegam a mil anos.

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