Com dois novos ataques na madrugada desta sexta-feira (10), sinalizando uma retomada depois de 46 horas de trégua, subiu para cem o número de incidentes da onda de violência conduzida pela facção criminosa PrimeiroGrupo Catarinense (PGC). Contudo o transporte coletivo em Florianópolis voltou à normalidade, depois de 12 dias com serviço tumultuado por falta de segurança.
A organização ataca policiais, instalações públicas e o sistema de transporte há 15 dias. Os ataques diminuíram depois que as autoridades transferiram os líderes da facção para cadeias fora do Estado, no último sábado (4). O Ministério da Justiça auxilia as autoridades estaduais no combate. Tropas da Força Nacional de Segurança e da Polícia Rodoviária Federal estão com dez barreirasfixas nas rodovias, com o objetivo de asfixiar a parcela do PGC que está nas ruas.
Conforme o relatório da Polícia Militar, o último incidente ocorreu em Laguna (a 90 km de Florianópolis), na madrugada desta sexta-feira (10). Dois caminhões foram incendiados. Em Penha (a 110 km da capital), uma escolapública foi queimada. Não houve feridos.
A Secretaria de Segurança informou que 75 pessoas já foram presas desde o início da crise. No período, dois suspeitos foram mortos em confrontos com a polícia e um agente prisional foi assassinado – crime ainda não solucionado.
A Secretaria da Justiça, responsável pelos presídios, informou que nas duas ondas de violência similares, ocorridas em 2012 e 2103, de autoria confirmada do PGC, a motivação era a busca de regalias nas cadeias. Desta vez, os ataques estariam ocorrendo porque os criminosos queriam o fim do combate ao narcotráfico nas ruas, que é a fonte de renda da organização.
Segundo a Polícia Militar, a transferência de presos das cadeias catarinenses cortou o laço entre mandantes e executores dos crimes. Cadanovo incidente ocorrido nas ruas vai para os relatórios da PM apenas depois que o setor de inteligência da corporação identifica alguma relação dos autores com o PGC.
Histórico
O PGC orquestrou as duas ondas incendiárias notáveis vividas pelo Estado em novembro de 2012 (58 ataques, 27 ônibus incendiados em 16 cidades) e janeiro/fevereiro de 2013 (111 ataques em 36 cidades, com 45 ônibus queimados).
A violência acabou depois que a Força Nacional de Segurança ocupou os presídios, isolou os líderes e transferiu 40 deles para cadeias fora de Santa Catarina. Cerca de 120 pessoas foram presas e acusadas pelos crimes.
Em maio, 83 pessoas foram condenadas pelos ataques a penas que, somadas, chegam a mil anos.
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