Por André Uzêda e João Pedro Pitombo
A reportagem apurou, contudo, que PMs ensaiam uma "operação tartaruga" em Salvador.
Soldados disseram à reportagem, pedindo anonimato, que policiais estão voltando ao trabalho apenas por medo de retaliações. No entanto, segundo esses praças, o combinado é que os veículos não transitem nas ruas principais da capital baiana e PMs não atuem de forma ostensiva.
A ideia era atender apenas os chamados mais urgentes da população e situações de risco que envolvam outros policiais.
Nove soldados ouvidos pela reportagem na manhã de hoje em duas unidades da PM em Salvador se disseram dispostos a retomar a greve, esperando apenas convocação de algum líder da categoria.
A greve da PM baiana se estendeu por cerca de dois dias entre terça e quinta-feira. Foi acompanhada por uma explosão da violência em cidades como Salvador e Feira de Santana, e terminou com governo e grevistas cedendo em concessões e reivindicações.
Pela manhã, a reportagem também percorreu diversas regiões da cidade, como Rio Vermelho, Graça, Campo Grande, Cidade Baixa e Uruguai. Verificou apenas um veículo da PM, mas imediações do elevador Lacerda. Já tropas do Exército e da Força Nacional permaneciam em ação.
O fim do aquartelamento também enfrentava resistências em alguns municípios.
Em Feira de Santana, segunda maior cidade do Estado, que registrou um aumento expressivo dos homicídios nesta semana, parte das tropas permanecia nos quarteis, afirmou o diretor regional da Aspra Josafá Ramos.
Em nota, a PM baiana informou que "o policiamento está sendo empregado gradativamente com a normalidade estabelecida".
O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, foi procurado pela reportagem. Segundo a assessoria da pasta, por ora somente a PM se manifestará.
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