Presídios da Grande BH registram média de uma fuga por mês
Reprodução / Record Minas
Apesar de todo o esquema de segurança, nem a penitenciária de segurança máxima Nelson Hungria fica imune às fugas de presos
Para o subsecretário de administração prisional, Murilo Andrade de Oliveira, o número de fugas é inaceitável.
— Eu não aceito isso não. Sou totalmente contrário. Para mim, não deveria ter nenhuma. Trabalhamos para diminuir ao máximo essas fugas.
Segundo Oliveira, na maioria dos casos, as fugas acontecem em erros de procedimento dos agentes penitenciários que, quando comprovados, acabam gerando demissões.
— Quando a gente detecta erro procedimental, ou seja, determinada pessoa deixa de cumprir as obrigações, a gente tenta punir da melhor maneira possível. Ou seja, fugiu, e foi comprovado, a gente manda
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Para o coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas, Robson Sávio, a falta de preparação dos agentes é apenas um dos motivos das fugas. Na visão dele, o problema está no modelo que é utilizado no país, onde muitos presos cometeram crimes "leves" e, inseridos em um sistema violento, sem opção de aprendizado, muitas vezes, saem cometendo crimes piores.
— As taxas de reincidencia criminal chegam a ser de 80%, pois a maioria dos presos, quando saem porque fugiram ou porque conseguiram a liberdade, acabam cometendo novos crimes, porque quando presos, eles não tiveram condições de trabalho e ressocialização.
Segurança Máxima
Um caso recente e que mostrou que os presos começam a descobrir a fragilidade do sistema aconteceu no dia 31 de outubro. Wellington dos Santos Maciel, de 31 anos, conseguiu pular o muro da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na grande BH.
No local, considerado de segurança máxima, estão presos famosos, como o goleiro Bruno Fernandes e seu amigo, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusados do desaparecimento e morte da ex-modelo Eliza Samudio. Apesar disso, o homem, conseguiu pular um dos muros e desaparecer. Conforme o secretário, uma possível falha está sendo investigada.
— Tivemos sete [fugas] em cinco anos na Nelson Hungria. Erro de procedimento. Teve o último caso em que o preso estava tirando, na frente da unidade, um entulho e pulou a grade e saiu. Tinha que ter o agente tomando conta dele lá e não estava. Houve uma falha. Precisamos descobrir se é púnivel ou não essa falha.
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