PROTEÇÃO BALÍSTICA – Parte I

Este tema, proteção balística, hoje é muito amplo e de maneira alguma conseguiríamos exauri-lo, pois encontramos proteção balística em itens como óculos, luvas, vidros, fios elétricos, peças automobilísticas, veículos (civis e militares) além de uma infinidade de possibilidades, por isso mesmo vamos nos ater a proteção balística pessoal, fazendo um passeio histórico desde sua possível origem, atualidade e algumas novidades que andam aparecendo por ai.
Na página da Self Defense encontramos uma artigo do nosso amigo Major Victor, que nos dá uma introdução muito interessante sobre a proteção balística e sua evolução. Lá nos é apresentado que a primeira utilização pelo homem de algo semelhante ao que hoje nós conhecemos como proteção balística, foram as peles de animais, usadas ainda pelos primitivos para se proteger das garras e presas dos predadores. Muito depois, surgiram os escudos, feitos de peles no início, e então de materiais rígidos, como a madeira e metais. Os metais também foram usados pelos romanos na proteção do corpo, como placas peitorais, e depois como armaduras de corpo inteiro na idade média. Com o advento das armas de fogo (por volta de 1500 d.C), as proteções existentes tornaram-se obsoletas e logo perderam espaço.
Essa é uma cota de malha de aço, usada embaixo das armaduras dos cavaleiros medievais. Com o surgimento de balestras mais poderosas e depois das armas de fogo as armaduras medievais perderam a função de proteção do seu usuário.
Essa é uma cota de malha de aço, usada embaixo das armaduras dos cavaleiros medievais. Com o surgimento de balestras mais poderosas e depois das armas de fogo as armaduras medievais perderam a função de proteção do seu usuário.
A proteção balística flexível como hoje conhecemos teve suas origens ainda no Japão medieval, onde os guerreiros usavam peças confeccionadas em seda para se proteger do fio das espadas e das flechas inimigas. Somente no século XIX é que os americanos tentaram utilizar a seda com fins de proteção balística, contudo, esta se mostrava efetiva contra os projéteis de baixa velocidade (em torno de 100 a 150 m/s) das armas usadas até então, e ineficazes contra a nova geração de armas raiadas, que atingiam mais de 200 m/s. Além disso, o custo da seda era altíssimo – o equivalente a 2.500 reais de hoje – por unidade.
A próxima geração de material balístico viria durante a Segunda Guerra Mundial. O Nylon balístico era eficiente contra fragmentos de projéteis e explosões, mas não detinha a maior parte dos projéteis de pistolas e fuzis. Além do quê, eram extremamente grandes e desajeitados, mal servindo para fins militares.
Os anos 60 não foram bons para os policiais americanos. O número de policiais mortos em serviço cresceu assustadoramente e o governo tomou providências (Ah! Se aqui no Brasil fosse assim…). Mais de três milhões de dólares foram gastos em pesquisas para se desenvolver um material que atendesse às necessidades dos policiais.
Diante de novos desafios, novas soluções foram aparecendo e curiosamente a resposta surgiu na DuPont (aquela da lingerie), que tentava desenvolver um tecido que substituísse o aço dos pneus de veículos, fabricado de fibra de aramida. Procurados pelo governo, testes foram realizados com o Kevlar, que acabou sendo adotado como o material balístico padrão por muitos anos. Várias versões do Kevlar foram usadas desde então, entre elas, o Kevlar®29, o Kevlar®129, o Kevlar®Correctional (que protege também contra facas e estiletes) e, por último, em 96, o Kevlar®Protera.
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Colete antibalístico, formado pelos painéis balísticos e pela capa do colete.
A Allied Signal, outra empresa americana, fabricou uma fibra de polietileno ultra fina e resistente, batizada de Spectra, que deu origem ao material denominado Spectra®Shield (shield significa escudo, em inglês). A mesma Allied Signal desenvolveu também um material derivado de aramida, chamado de Gold Shield®. Outros derivados surgiram, como Gold Shield® LCR e Gold-Flex®.
Outro derivado de fibra de aramida foi desenvolvido por Akzo Nobel, e denominado Twaron®, bem como das Netherlands surgiu o Dyneema®. De propriedades similares, estes materiais apresentam sutis diferenças de peso, cor, flexibilidade e custo. É importante saber que estes materiais não são utilizados somente na confecção de coletes a prova de balas, mas também em capacetes, cordas, roupas, na aeronáutica e outros.
Como Funciona
No fabrico de proteção balística rígida, os materiais são moldados através de resinas, dando forma aos capacetes, escudos, joelheiras e caneleiras. Uma placa balística flexível é confeccionada sobrepondo-se camadas de material balístico e outros materiais, dependendo do efeito desejado. Essas camadas são costuradas firmemente umas às outras. Depois esta placa, ou painel balístico, é inserido dentro de uma capa, feita de tecido comum de acordo com o padrão de uniforme da instituição específica.
Basicamente, os diversos materiais balísticos atuam da mesma forma. Quando o projétil se choca contra a veste, ele é pego em uma rede de fios finos e resistentes, que freiam o movimento giratório do projétil e fazem-no se deformar. Assim, além de impedir a penetração, a veste ainda distribui a força do impacto por uma área bem maior, anulando, ou melhor, diminuindo os efeitos da transferência de força cinética para o corpo. Para ter efeito contra os calibres de grandes velocidades, como o 7.62mm, o 5.56mm e o 30-06, é necessário reforçar a veste com uma placa rígida que distribui melhor o impacto, geralmente confeccionada em cerâmica.
Placas balísticas e em detalhe estão as camadas de fibras. Quanto maior o nível de proteção, maior a quantidade de camadas.
Placas balísticas e em detalhe estão as camadas de fibras. Quanto maior o nível de proteção, maior a quantidade de camadas.
Encontramos no Blog ABORDAGEM POLICIAL duas teorias muito interessantes para explicar sobre o funcionamento dos coletes antibalísticos, o Princípio da Bola de Futebol e o Princípio do Carro de Formula 1.
Princípio da Bola de Futebol
Imagine uma bola de futebol indo em direção à rede da trave. A rede, aqui, representa nossa fibra antibalística, a bola, o projétil que foi disparado por uma arma de fogo. Assim que a bola (projétil) entra em contato com a rede do gol a energia contida no movimento da bola é transferida para a rede. Percebam que isso não é feito de maneira muito localizada, já que quase todas as linhas da rede recebem parte da energia, por isso se movimentam.
FIBRA
A fibra de um colete exerce a mesma função da rede do gol, ela absorve a energia contida no projétil e dispersa para toda a sua área. Caso isso não ocorresse o impacto localizado se efetivaria e a lesão no indivíduo seria inevitável, mesmo sem a perfuração da placa balística. É esse poder de dispersão que faz um colete eficiente. Apesar de haver substancial diferença na densidade das fibras de um colete em comparação com uma rede de futebol, o princípio utilizado é o mesmo.
Princípio do Carro de Formula 1
A aerodinâmica de um carro de Fórmula 1 é algo fenomenal, cada estrutura do automóvel é projetada para seu objetivo principal, atingir a maior velocidade possível. O que ocorreria se substituíssemos a lataria de um carro de Fórmula 1, pela lataria de um fusca por exemplo, mesmo mantendo seu motor? Certamente, a velocidade alcançada seria bem menor, mesmo que ignorássemos o peso das duas latarias. Se os projéteis das armas de fogo fossem dispostos nos cartuchos de maneira inversa ao correto, isto é, com a ponta do projétil para dentro do estojo e a base para fora, com certeza o poder de transfixação da munição seria afetado.
Os coletes antibalísticos fazem justamente isso, eles deformam os projéteis para que eles se tornem “fuscas”, mesmo que seus motores (armas de fogo) sejam os melhores possíveis. Quanto mais deformado estiver o projétil, menos perfurante ele ficará e mais fácil sua energia se dissipará na estrutura do colete.
Níveis de Proteção
Os níveis de proteção das vestes balísticas são definidos pela NIJ Standard 0101.04. Esta norma, editada pelo National Institute of Justice, um departamento do Ministério da Defesa dos Estados Unidos, foi aceita internacionalmente como um padrão de níveis de proteção balística. Veja a tabela:
A tabela acima foi simplificada, pois ainda são considerados: o tipo de projétil, o ângulo dos impactos, a incidência de impactos por cm², a resistência à umidade e o tamanho do cano, dentre outros.
Os materiais balísticos, na forma dos coletes, não protegem somente contra projéteis. São inúmeros os casos de policiais que sobreviveram a acidentes de trânsito graças aos coletes balísticos. Determinados materiais protegem também contra instrumentos perfurantes, como é o caso do Kevlar®Correctional, usado por carcereiros nas penitenciárias americanas.
Capacete e placas balísticas.
Capacete e placas balísticas.
Outro ponto importante a ser observado é a deformação do colete diante de um impacto, isto é, a proteção oferecida contra o trauma fechado, pois este pode ocasionar ferimentos como fratura de costelas e rompimento de órgãos internos. Os testes são feitos efetuando-se disparos contra uma placa balística colocada sobre plastilina, uma massa de consistência semelhante ao corpo humano. Os coletes de nível III acima necessitam do reforço das placas de cerâmica para redução do trauma fechado.
Já que nós falamos sobre o Trauma Fechado vou postar esse vídeo onde um “vida loka” pede para outro da mesma classe atirar nele, para que eles pudessem testar o colete que usava. Suponho que o calibre deva ser 9mm, pois o vídeo é dos EUA e esse é um calibre muito comum naquele país. Imagine então o trauma que um .357MAG ou 7.62mm pode causar!! Por isso que um produto de qualidade e novas tecnologias são importantes, para desenvolver novos materiais que possam minimizar esse trauma pós disparo. Veja o vídeo, mas não faça em casa!
Infelizmente não conseguimos maiores informações sobre esse vídeo, nem qual o material exato que é usado no colete antibalístico deste teste. Decidimos postá-lo pois ele ilustra bem o que um colete antibalístico de qualidade pode oferecer, mesmo recebendo disparos de fuzil ele não transfere a energia para o usuário, evitando assim traumas fechados e permitindo que ele continue operando, o que é de suma importância em uma ação real de confronto armado.
Vamos ver o vídeo:
Alguns pontos devem ser observados na escolha do modelo e configuração do colete:
– A abertura do pescoço não pode ser muito alta, nem a placa frontal muito longa, para não enforcar o policial ao sentar;
– As alças do ombro devem ser largas, mas não o bastante para restringir os movimentos;
– Os furos do pescoço e braços devem ser amplos, para garantir flexibilidade e conforto, sem contudo comprometer a proteção;
– As placas devem ser ajustáveis, para que o colete não se deforme ou surjam espaços vazios entre os painéis. As placas frontal e traseira devem se sobrepor;
– Para mulheres, a placa frontal deve considerar o volume dos seios, para manter o conforto;
– O peso deve ser o menor possível.
Quanto mais pesado for o colete, mais incomodo irá causar, não é sensato adotar um colete nível IV para toda a força policial. Afinal, um policial empregado no policiamento a pé não conseguiria usar por seis horas um colete que pesa em torno de dez quilos.
Colete com o Sistema Molle.
Colete com o Sistema Molle.
Essa relação peso/conforto ou desconforto é muito importante e deve ser considerada. Eu sou do tempo dos primeiros coletes antibalísticos, que eram feitos de cerâmica, parecíamos tartarugas andando de viatura pela cidade, pois a cerâmica, mesmo sendo bem eficiente, não era flexível e justamente por esse detalhe que ela foi substituída. Outro peso pesado de ser usado é o colete Nível III e Nível IV, que vem com uma placa metálica ou outro material balístico rígido sobre as placas flexíveis, pois estes são projetados para segurarem disparos de 5.56mm, 7.62mm e 30-06. Geralmente são usados por tropas militares em campo de batalha e são realmente necessários, mais são extremamente pesados. Já tive a oportunidade de usar um Nível III e eu vou te contar é pesado!!!
A maneira mais científica de se selecionar o nível de proteção apropriado é a análise estatística das ocorrências envolvendo armas de fogo. Apesar de não dispormos de dados concretos, pois nossas polícias não fazem estatísticas, poderíamos afirmar que a grande maioria dos disparos sofridos por policiais é de calibre .38 ou inferior, portanto, o nível apropriado seria o II, para uma guarnição de radiopatrulhamento.
Outra forma, menos científica porém coerente, é determinar o nível de proteção pela arma que o próprio policial está usando. Isto porque a arma de porte indica o que o policial espera encontrar pela frente, além do que o número de policiais mortos pela própria arma é relevante: nos EUA, o percentual chega a 16%. Olhando desta forma, a escolha do nível II para o radiopatrulhamento se confirma, enquanto que para um grupo especial cuja arma básica é um fuzil calibre 7.62mm, o nível III seria o mais indicado.
Colete de sistema flutuante, nível IIIA, com proteção para braços e área pubiana.
Colete de sistema flutuante, nível IIIA, com proteção para pescoço, braços e área pubiana.
Quarto do Pânico
Aproveitamos a tabela apresentada acima para mostrar-lhes outra, apenas a título ilustrativo, que trata dos níveis de blindagem usados em Quartos do Pânicos, estes tem por objetivo proporcionar alta segurança para proteção coletiva.
O Quarto do Pânico protege contra ampla gama de ameaças, incluindo arrombamento, assaltos, penetração, incêndios, disparos de armas como as que usam os calibres 5.56mm e o 7.62mm, alterações climáticas e químicas.
O maior objetivo para a implementação do Quarto do Pânico é proporcionar a proteção familiar ou coletiva durante o tempo de espera pelo socorro policial. Para as pessoas que procuram ter um ambiente blindado em propriedades rurais, como fazendas ou locais distantes onde o socorro é mais demorado, esta proteção é a mais indicada.
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Cuidados com o Colete Antibalístico
As capas dos coletes balísticos podem ser lavadas como uma roupa comum. É conveniente não usar alvejantes nem secar ao sol, para não desbotar. As placas podem ser lavadas com um pano ou esponja úmida e detergente, mas nunca submersas em água. Solventes ou produtos à base de álcool jamais poderão ser usados. A secagem deve ser à sombra. Os painéis devem ser inspecionados visualmente objetivando identificar qualquer ofensa a sua integridade, não devendo ser utilizados aqueles já atingidos por projéteis antes de prévio contato com o fabricante para que seja providenciado o devido reparo.
Lembre-se que o material balístico é como um tecido: ele se desgasta, relaxa, afrouxa as malhas e envelhece. Se bem cuidado, um colete excede em muito tempo o seu prazo de validade normal, especificado pelo fabricante. É o cuidado na manutenção que dita a validade do colete. A DuPont já testou coletes com mais de oito anos de serviço e constatou que eles mantinham as mesmas características originais. Por outro lado, coletes com dois anos de serviço mostraram-se inservíveis por falta de cuidado. O ideal, portanto, é retestar os coletes depois de três a cinco anos de uso.
Ainda sobre a capa que reveste o colete, ela preferencialmente deve ser impermeável, pois a umidade é um grane agente danificador do material e cada pessoa tem um suor diferente, por este motivo a capa deve ser individual. Vale lembrar ainda, que os coletes que já foram alvejados ou que sofreram algum tipo de perfuração, não devem ser mais usados. É necessário que o fabricante avalie os estragos internos para possíveis reparações ou ratificar a inutilização plena do equipamento, o que é mais comum acontecer. O colote nunca deve ser deixado sobre os bancos da viatura, expostos diretamente ao sol ou em lugares muito úmidos. Não estique em excesso as correias de velcro, pois isto retirará a sua capacidade de estiramento e nunca ser guardado enquanto está úmido em conseqüência de uma lavagem ou da transpiração, a fim de evitar o aparecimento de mofo.
Esses são alguns projéteis após serem disparados contra um colete antibalístico.
Esses são alguns projéteis após serem disparados contra um colete antibalístico.
Como já falamos a DuPont descobriu seu material balístico por engano e mais que sabiamente patenteou seu domínio. Se buscarmos o site da DuPont vamos encontrar uma variações de uso do Kevlar bem extensa. O Kevlar é uma fibra derivada do Nylon e é cinco vezes mais resistente que o aço é pode ser encontrado além das típicas proteções balísticas (colete, capacetes e automobilísticas civil e militares), também em materiais esportivos de alta performance, luvas, cabos, pneus e mangueiras automotivas, cabos ópticos, aplicações aeroespaciais, dentre outros materiais.
A DuPont possui ainda produtos como o Nomex, que é uma solução da empresa para a exposição a altas temperaturas e ao fogo, com algumas vantagens:
  • Não continuam a queimar quando a chama é extinguida nem derretem;
  • Não geram vapores tóxicos nem irritantes quando expostas a calor e chamas;
  • São resistentes a um grande número de produtos químicos;
  • São resistentes a abrasão e a desgaste para uma vida útil longa;
  • São confortáveis devido ao transporte de umidade ao longo da fibra por ação capilar.
A exemplo de pesquisas a nível nacional sobre proteção balística, temos este vídeo que mostra uma pesquisa para desenvolver uma proteção ecologicamente correta, econômica e reaproveitável, caso ela receba disparos. A proteção  balística é feita a partir de sobras industriais e trás uma nova possibilidade muito criativa. É o Brasil mostrando sua capacidade inventiva!!
Para falar que nunca publicamos nada em nosso Blog a respeito de proteção balística antes, há uma publicação breve que mostra um teste balístico de um vidro para automóveis, onde o dono da fábrica se faz de cobaia do próprio produto como forma de garantir o material que fabrica. É um teste nada ortodoxo e não indico a ninguém fazê-lo. Para saber mais clica ai: AK 47 X VIDRO BALÍSTICO.
Já sabemos que os coletes balísticos vem com uma capa de proteção de fábrica, mas é muito comum na atividade policial colocar as placas balísticas em capas táticas, que vem com vários tipos de embalagens para vários tipos de equipamentos e armamentos como porta carregadores, coldres, porta algema e uma infinidade de combinações que se pode usar nessas capas táticas. Existe uma afirmação que não se pode carregar nenhum tipo de objeto nessas capas, principalmente na parte frontal, abaixo do rosto do operador, pois poderá haver ricochete da munição ou projeção de estilhaços no corpo daquele que estiver usando o colete, caso se receba um disparo de arma de fogo. Alguns ainda dizem que se o objeto a ser atingido pelo disparo for um carregador de arma de fogo ai a desgraça seria ainda maior, pois o impacto recebido deflagraria as munições que estavam dentro do carregador.
Essa é uma máscara balística usada pelas forças especiais tailandesas, nível IIIA.
Essa é uma máscara balística usada pelas forças especiais tailandesas, nível IIIA.
Bem, não encontrei nenhum estudo, matéria ou postagem em alguma fonte que confirmasse ou negasse essas afirmações e nem tão pouco alguma publicação que possa dar base ao que vou expor agora. O costume nos é uma grande fonte de sabedoria, de forma que o nosso Direito nacional se funda nele e observando grandes exércitos que estão inclusive em guerra e também outras policias do mundo, percebemos que todos usam equipamentos afixados em seus coletes balísticos de todas as formas possíveis, pois hoje em dia os coletes são modulares e podem atender as diversas necessidades e vontades de seu usuário. Se fosse realmente perigoso colocar alguma coisa presa ao colete, por receio de ricochete ou de estilhaços, com certeza alguém já teria dado o grito e essas forças militares e policiais já teriam abolido essa prática.
Esse sistema modular usado nas capas dos coletes, na verdade se chama Sistema Molle, que traduzindo para o português temos: Sistema Modular de Transporte Leve. Neste vídeo a frente temos uma ótima explicação desse super prático sistema para carregar equipamentos:
Particularmente acho muito improvável essa possibilidade exposta acima de algum ricochete ou estilhaço atingir o operador e se baseando nela, que é algo difícil de ocorrer, perdemos uma vantagem muito grande, a capacidade de se carregar quase tudo que necessita um guerreiro no corpo do próprio colete, onde podemos levar munição e uma série de equipamentos necessários para nossa função. Acho que não podemos perder essa “portabilidade” super prática por causa de suposições. É através da observação que podemos criar o pensamento científico e a observação de forças bélicas bem mais desenvolvidas que a nossa nos leva a concluir que não há perigo algum em colocar equipamentos nas capas de nossos coletes, pelo contrário, nos resolve muita coisa no fronte de batalha.
Mas, faz-se necessário dizer que os coletes antibalísticos, em regra, não são “anti corte”. Se um desses objetos estilhaçados tiverem forma cortante ou perfurante, existe sim a probabilidade das placas serem transfixadas, a não ser que o colete seja antibalístico e também a prova de objetos perfuro contusos. Mas repetindo, o que EU acho, que isso é uma hipótese muito remota, assim, recomendo e uso equipamentos e carregadores nas capas táticas.
Reciclagem
Uma novidade para o setor é que esses coletes que já não podem ser mais usados para a proteção, agora poderão ser reciclados. Esse processo barateia os custos, pois não há o desperdício de material e de quebra contribui com a natureza, que não vai absorver esse montante de resíduos. O aproveitamento será a partir da extração da aramida para produção de polpas de Kevlar. A empresa DuPont, pioneira no reaproveitamento desse tipo de material, afirma que a principal aplicação das polpas será na indústria automotiva, mais especificamente na fabricação de pastilhas de freio. O Kevlar irá substituir o amianto, melhorando o coeficiente de fricção e reduzindo o desgaste do material.
E antes de passarmos para outros materiais usados como proteção balística, vamos apresentar um vídeo que ilustra bem o que acontece com o projétil e com a energia que ele transmite ao tocar um colete antibalístico. Infelizmente ele está em inglês, mas as imagens falam por si só e já adianto, quem vê-lo até o final com certeza acabará com qualquer dúvida sobre coletes antibalístico, o vídeo é muito bom!!!
Mas materiais com o Spectra e o Kevlar, que são os mais conhecidos atualmente, já tem o dias contados, pois se pensarmos em usar esses materiais em níveis maiores de proteção, eles são muito pesados, de maneira a se tornarem inviáveis para o uso pessoal. Vários estudos e novidades vem pela frente e iremos ver alguns deles, como por exemplo o Dragon Skin Body Armor, que tem a capacidade de segurar estilhaços de granadas antipessoal, mas estes novos materiais serão tema da nossa próxima postagem, onde veremos o que vem por ai como novidade!!
Pra finalizar quero colocar um vídeo do FPS Russian, que é um dos meus canais de vídeo preferido, pois ele faz um teste balístico que vai desde um .38 SPL, passando pelo .500 S&W Magnum e termina com um disparo de .50 BMG num colete da AR500 Body Armor, que é uma fábrica americana que produz placas balísticas para vários níveis, incluindo o nível IV.
Se você gostou de nossa postagem compartilhe com seus irmãos e irmãs de armas e se você souber de alguma novidade que possa nos ajudar na nossa próxima publicação, como por exemplo o LÍQUIDO BALÍSTICO, que será assunto também do próximo post, mande uma mensagem, participe conosco!!
TKS DOBRADO!!!
disco
Fontes:
– http://www.bunkerbr.com/blinda_estrutura.html;
– http://www.ar500armor.com/ar500-armor-body-armor.html;
– http://www.selfdefense.com.br/site/;
– http://pt.wikipedia.org/wiki/Kevlar;
– http://info-vig.blogspot.com.br/2013/09/coletes-prova-de-balas-e-capas.html;
– http://www.megacurioso.com.br/trajes-e-armaduras/39696-forcas-especiais-taiwanesas-ganham-traje-aterrorizante.htm
– http://www.dupont.com.br/produtos-e-servicos/tecidos-fibras-e-nao-tecidos/fibras/marcas/kevlar.html;
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