Leonardo Morais/Hoje em Dia
Presos fazem rebelião em presídio de Governador Valadares
Presos foram torturados e atirados do telhado quando houve ameaça de avanço da polícia

Interditado desde 7 de junho, após rebelião que terminou com dois mortos, o presídio de Governador Valadares, na região Leste de Minas, está sendo recuperado. As obras, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), tiveram inicío nesta semana.
 
A unidade prisional foi destruída no motim provocado pelos detentos, que atearam fogo na edificação. Por causa dos danos, quase todos os  detentos foram levados para cadeias de outras cidades da região, como Aimorés (160 kms), Resplendor (140 kms), Itanhomi (70 kms) e Tarumirim (80 kms).
 
Conforme a Seds, as intervenções no presídio ocorrem em ação conjunta com o Departamento Estadual de Obras Públicas (Deop), vinculado à Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), e estão sendo executadas pela Brascoemp Brasil Construções e Empreendimentos Ltda
 
A estimativa é de que as celas sejam recuperadas em aproximadamente 180 dias e custe R$ 2,5 milhões aos cofres públicos. No entanto, a conclusão da reforma do setor administrativo, mais atingido na rebelião, dependerá de relatório técnico sobre a parte estrutural, que avaliará se haverá necessidade de demolir alguma edificação específica da unidade para que seja reconstruída.
 
Balanço
 
De acordo com a Seds, 28 presos permaneceram na unidade, alojados na única cela que não foi danificada. Desses detentos, 18 cumprem pena no regime semiaberto e têm contrato de trabalho externo em vigor. Os outros dez são do regime fechado e ajudaram na limpeza da penitenciária depois da rebelião, retirando os entulhos que ficaram. Agora, eles se juntaram aos 30 operários da Brascoemp para fazer a reforma. 
 
Segundo a direção do presídio, não há mais nenhum detento ferido na rebelião hospitalizado. 
 
Violência
 
Durante a rebelião, cinco presos foram jogados do telhado do presídio. As vítimas estavam em celas destinadas a estupradores e filhos de policiais.  O motim começou na manhã do dia 6 de junho, durante a visita de parentes. Segundo a Seds, a unidade tinha capacidade para acautelar 290 presos, mas abrigava 800.