quarta-feira, 8 de abril de 2015

A confissão de constrangimento de Murilo foi dita durante uma entrevista a uma rádio da capital maranhense, nessa terça-feira (7). A segurança interna é de responsabilidade da Secretaria da Justiça e da Administração Penitenciária (Sejap), por meio do Grupo Especial de Operações Penitenciárias (GEOP) e, pelo que se tem notícia, nenhum agente teria oferecido resistência aos criminosos que resgatavam seus comparsas.

Secretário diz que ficou constrangido com fuga em Pedrinhas

Autoridades também levantam a possibilidade de sabotagem no esquema de segurança do presídio do Maranhão

  • Diego Torres
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“A gente fica constrangido por isso ter acontecido”, admitiu o secretário de Administração Penitenciária do Maranhão, Murilo Andrade, após o resgate de quatro detentos do Centro de Detenção Provisória de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão.


 Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Há pouco mais de três meses Murilo Andrade comanda uma das mais problemáticas pastas do governo. Ele é mineiro e trabalha pela primeira vez no Estado que ficou conhecido nacionalmente pelo recorde de mortes nos últimos dois anos e que há quatro registrou sua pior rebelião. Decapitações, fugas e rebeliões em massa assombraram o estado.
Até ordens para ataques à população foram dadas de dentro de algumas das cinco unidades prisionais do complexo. No mais trágico dos ataques, um ônibus foi incendiado e uma menina de seis anos morreu.
A confissão de constrangimento de Murilo foi dita durante uma entrevista a uma rádio da capital maranhense, nessa terça-feira (7). A segurança interna é de responsabilidade da Secretaria da Justiça e da Administração Penitenciária (Sejap), por meio do Grupo Especial de Operações Penitenciárias (GEOP) e, pelo que se tem notícia, nenhum agente teria oferecido resistência aos criminosos que resgatavam seus comparsas.

Já o secretário de Segurança do Maranhão, Jefferson Portela, afirmou que existe a possibilidade de ter havido sabotagem no esquema de segurança do presídio.
Segundo Portela, um inquérito administrativo foi aberto para apurar a responsabilidade dos militares do Batalhão de Choque e do GEOP. Ele foi cauteloso, mas admitiu a possibilidade de ter havido uma sabotagem. Apenas uma viatura fazia a segurança externa do presídio no momento do ataque. “Ainda estamos investigando, mas é preciso saber as razões que levaram a uma mudança na localização de quem fazia a segurança fora do presídio. Caso fique confirmada esta hipótese (sabotagem) todos os envolvidos serão punidos”, afirmou.
Sumiço de arma dois dias antes 
Além de ter que explicar porque não fez nada para evitar a fuga dos quatro detentos, a polícia tem ainda mais uma questão a ser esclarecida: o sumiço de uma submetralhadora - armamento de seu uso restrito apenas às forças de segurança.
A informação oficial é a de que um militar a pendurou no estepe de uma viatura policial e, ao acelerar, o armamento caiu na via pública. Até o momento ninguém comunicou ter visto a arma ao CIOPS (190) ou ao serviço de Disque Denúncia.


 Foto: Agência Brasil / Twitter
Presídio de Pedrinhas, no Maranhão
Foto: Agência Brasil / Twitter
Assaltante de banco 
Entre os foragidos, o mais perigoso é Jhon Lenon da Silva, que também tem identidade de José da Conceição Silva. Ele é acusado de participar de 15 assaltos e já havia fugido de um presídio de segurança máxima no Tocantins e preso no Mato Grosso. Sua pena é de mais de 100 anos de prisão.
Os demais são: Jhon Carlos Campos Silva, condenado por homicídio, assalto, porte ilegal de armas e tráfico de armas; Hilton Carlos Martins, acusado de tráfico de drogas e roubo e Adailton Alves Nunes, também condenado por roubo.
Entenda o caso 
Quatro detentos foram resgatados por cerca de oito homens na madrugada de domingo do Centro de Detenção Provisória de Pedrinhas. Hilton Carlos Martins, John Lennon da Silva, John Carlos Campos Silva e Adailton Alves fugiram com a ajuda de uma escada e uma corda, fornecidas por bandidos que, do lado de fora da prisão atiraram contra as guaritas de segurança do local.
Um dia depois, um relatório do Batalhão de Choque da Polícia Militar revelou que os policiais que trabalhavam no momento da fuga sabiam do plano, pelo menos, duas horas antes de ele ser concretizado.
A polícia sabia do roubo de um carro usado na fuga ainda na cidade de Chapadinha, distante mais de 240 quilômetros da capital, onde está situado o complexo penitenciário.
Em nota, o Governo do Estado, classificou a inércia da segurança como “erro operacional”.

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