sábado, 20 de julho de 2013

BRASIL VAI GASTAR R$350 MILHÕES DE REAIS COM VINDA DO PAPA: CADÊ O ESTADO LAICO QUE SE APREGOA NA CARTA MAGNA?

Jornada Mundial e vinda do papa reforçam a tradição brasileira de misturar o público e o privado

Outras religiões não recebem mesmo apoio que o oferecido pelo governo federal para receber o líder católico
Fábio Cervone, colunista do R7
A democracia brasileira dá mais um sinal de que é pouco democrática ao desperdiçar milhões de reais do contribuinte e colocar a máquina do Estado para beneficiar interesses privados ao promover a Jornada Mundial da Juventude. Serão gastos, aproximadamente, R$ 350 milhões dos cofres públicos federais, estaduais e municipais no evento organizado pela Igreja Católica — riquezas que poderiam ser direcionadas para problemas nacionais mais graves e emergentes.

Se após os protestos mais recentes o povo brasileiro se mostrou indignado com os gastos da Copa das Confederações e do Mundo, mesmo se tratando da paixão nacional, o que dizer de uma iniciativa exclusivamente religiosa? O assunto é ainda mais delicado para o Estado brasileiro, já que, teoricamente, o país é uma república laica. Ou seja, as instituições públicas não deveriam ser promotoras de ideologias religiosas.
 
O caráter laico do Estado tem como principal objetivo evitar a apropriação da máquina pública por grupos religiosos e, assim preservar o ideal democrático da Constituição. Nos últimos dez anos, o Brasil viu uma enorme mudança no seu perfil social, e é cada vez mais evidente o fim do domínio católico, que testemunhou sua representatividade despencar de 83,3% da população nacional, em 1991, para 64,6% em 2010. Números mais recentes mostram que a tendência de queda continua latente.
 
Neste sentido, cada vez mais a cultura nacional está bem mais diversificada em sua prática religiosa.  Por que tais grupos não católicos teriam interesse de ver o dinheiro dos seus impostos irem para uma grande celebração de uma única e exclusiva fé?
 
Outros líderes e eventos religiosos ocorrem constantemente no Brasil. Por exemplo, o Dalai Lama, principal líder budista, esteve no País em 2011.  Apesar de a religião ter pouca representatividade no País, de acordo com o censo do IBGE de 2010, a crença está em pleno crescimento. Por outro lado, em termos globais, o budismo possui uma grande relevância, envolvendo cerca de 500 milhões de fiéis. Mesmo assim, os gastos da viagem do Dalai Lama não foram financiados pelos cofres públicos.
 
“Visita de Estado”

 
Alguns defendem os gastos do governo alegando que o papa é não só um líder religioso como também um chefe de Estado: do Vaticano. Por isso, as autoridades nacionais estariam garantindo o ambiente mais adequado para uma visita de alto nível, assegurando conforto e segurança. Mas, quando os presidentes russo e americano resolvem visitar o Brasil, a FAB (Força Aérea Brasileira) não manda seus aviões buscarem os equipamentos estrangeiros, como ocorreu com o papamóvel trazido recentemente de Roma pelos militares brasileiros.
 
Este e outros detalhes sobre os gastos mostram que o Vaticano recebe um tratamento diferenciado do Brasil em relação a outros países do mundo. Isto sem mencionar que a Igreja Católica não possui comércio nem intercâmbio de bens e tecnologia com os brasileiros.
 
Outro aspecto curioso da visita do papa é a expressiva lista de patrocinadores do evento. Fazem parte dos apoiadores diretos grandes empresas. Todos estão fornecendo capital e estrutura em troca da exposição de seus nomes. Ou seja, a JMJ não só promove a fé como também bancos, fast-foods, alimentos e outros itens de consumo, tudo com ajuda do Estado. Será que era necessária tamanha dedicação governamental?
 
Todos estes aspectos colocam em dúvida sobre a quem de fato serve a visita do papa e de que forma isto está ligado ao interesse público. Diante dos escândalos de corrupção envolvendo a máfia italiana e o banco do Vaticano, é evidente que a própria Igreja Católica ainda é conduzida como uma propriedade privada que pertence aos seus líderes, e não aos seguidores.
 
O Estado brasileiro notoriamente também sofre com a corrupção, a união entre ele e o Vaticano não soa como a mais nobre das iniciativas, por mais que a fé dos militantes católicos seja profunda e sincera.
Quando será que as instituições no Brasil conseguirão realmente separar o público do privado? Um bom começo seria respeitando o Estado laico, proposto pela Constituição Federal, e se concentrado nos assuntos mais importantes: saúde e educação.

2 comentários:

Rosangela RiCo disse...

Visita do Papa: Governo não vai gastar!
Alguns pontos sobre o custo da vinda do Papa Francisco ao Brasil.

1 -A vinda do papa é custeada pela inscrição da jornada.

2 - Segurança é mais que obrigação do governo, afinal 75% jornada são estrangeiros, logo o governo deve garantir a segurança deles.

3 - TODO PAPA É CHEFE DE ESTADO E DE GOVERNO.
Portanto é dever civil de todo Estado que acolhe o Papa oferecer-lhe a segurança máxima para sua vida, assim como é mesmo dever oferecer a QUALQUER OUTRO que faça visita oficial ao país.

4 - Os Ganhos com a vinda do Papa ao País será em torno de mais de R$ 300 milhões.

5- Não há nenhum investimento do Governo na Jornada. Os Peregrinos que vêm serão acolhidos em Casas de Família, em alguns alojamentos públicos como casas de festa, escolas particulares e escolas estaduais.

Nessas, toda a responsabilidade será da Paróquia que estiver na sua 'coordenação', não havendo nenhuma participação dos órgãos governamentais em limpeza ou manutenção.

6 - O Papa ficará hospedado no Sumaré, que é mantido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro.

7 -Todos os gastos da Jornada estão sendo custeados pelo próprio Instituto Jornada Mundial da Juventude, por meio de contribuição dos católicos, voluntários e Peregrinos, que pagaram pela inscrição e ainda contribuíram com um Fundo de Solidariedade, que está destinado a colaborar na construção de toda a Jornada.

Logo, não há investimento nem do Município, nem do Estado, menos ainda da instância Federal.



10 - Na verdade, a Jornada está sendo usada como um "evento-teste" para provar que o Rio tem capacidade de receber grandes eventos e grande quantidade de pessoas.

O dinheiro que será gasto pelos governo Federal, Estadual e Municipal com a vinda do Papa ao Brasil para a JMJ RIO 2013 será investido na melhoria da segurança, transporte e infraestrutura. Ao invés de estarem reclamando eles estão "adorando" pelo fato de que isso irá melhorar o transporte do Rio (que é precário), a segurança (como a instalação de UPP'S nas favelas) e o mais importante (para os governos): Incremento de recursos na economia e no turismo, tanto no Estado quanto na cidade do Rio de Janeiro.

Quantos jovens (não só) irão querer voltar para o Rio de Janeiro? Quanto os jovens não irão gastar na cidade? Por exemplo, uma pesquisa feita disse que durante a Jornada os restaurantes ganham em 5 dias o que eles ganhariam em 5 meses.

A Igreja irá arcar com suas próprias despesas. Até mesmo, a Arquidiocese do Rio contratou 2 mil seguranças particulares que serão pagos com o dinheiro da Igreja para a segurança dos peregrinos durante a Vigília e a Missa de Envio no Campus Fidei.
E a grana que a Igreja vai gastar foi arrecadada durante meses antes do evento, nas Paroquias de todo o Brasil, com doação dos fieis, além de eventos.

Além disso, isso é "pouco" pelo que o governo terá que investir com a Copa do Mundo em 2014 e com as Olimpíadas em 2016.

A #JMJRio2013 não trará gastos para o Rio de Janeiro, mas apenas lucros . Olhemos para todo comércio, infra estrutura, hotelaria, restaurantes, lojas...e muito mais, que serão beneficiados. Assim foi em todos os países por onde passou a Jornada.

Desde já seja bem vindo Santo Padre Papa Francisco!
A casa é sua...literalmente...o povo católico deste país lhe espera de braços abertos.

Unknown disse...

não importa o quanto dinheiro a JMJ trará ou gastará, o importante é que muitos jovens irão buscar a Deus e deixar as drogas... Os protestantes tem que entender que somos irmãos em cristo e não inimigos, o protestantismo nasceu da Igreja Católica, a bíblia só existe porque a igreja a conservou até os dias atuais.

PCC criou células de inteligência para matar agentes penitenciários federais Flávio Costa Do UOL, em São Paulo 27/07/2017 - 04h00 Ouvir 0:00...