sábado, 1 de outubro de 2011

Ex-presidente da Acesita é preso suspeito de assédio moral e sexual contra ex-funcionária
30/09/2011 23h57
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MATEUS RABELO
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Foi preso na noite desta sexta-feira o ex-presidente da Acesita, Rubens Teodoro da Costa. Ele é suspeito de assédio moral e sexual contra uma ex-funcionária da empresa. De acordo com presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Durval Ângelo (PT), o caso se arrasta há quatro anos, desde a primeira denúncia da ex-funcionária, que é psicóloga, mas somente há dois meses estava sendo investigado pela Casa, após a mulher ir pedir ajuda.

Nesses quatro anos, o executivo chegou a ter a prisão decretada, mas conseguiu sair beneficiado por um habeas Corpus. Após ser solto, ele teria continuado a perseguí-la, inclusive em outras localidades para onde ela mudava tentado fugir do suspeito. De acordo com Durval Ângelo, há, por exemplo, imagens de um shopping em Aracajú em que os dois aparecem discutindo.

Ela relatou na audiência que foi admitida na Acesita Energética para atuar junto às comunidades da região de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, e desde o início despertou a admiração por parte do então presidente da empresa. Segundo a psicóloga, Teodoro passou e enviar a ela e-mails com conteúdo psicológico e filosófico, tentando ganhar sua simpatia. Depois, o teor das mensagens mudou, com o executivo querendo marcar encontros amorosos e chegando a ameaçá-la caso ela não aceitasse.

No depoimento, que durou cerca de três horas, ela disse que essa situação durou cerca de nove meses, até que um dia sua casa foi invadida por um homem armado e usando máscara de Papai Noel. A psicóloga lembrou que, ao ser reconhecido pela vítima, Teodoro a algemou e torturou durante uma hora, até a chegada do ex-namorado da psicóloga. Ela conta que em seguida prestou queixa na delegacia e foi ao hospital realizar exame de corpo de delito. Mas, para sua surpresa, o relatório do exame desapareceu, ocorrência que ela atribui ao fato de o hospital pertencer à empresa.

Quanto à atuação da polícia local, ela também se disse decepcionada, pois em sua casa estavam as marcas das pegadas e das digitais deixadas por Teodoro, mas, segundo ela, os agentes nada fizeram para comprovar sua denúncia. Em virtude desse ataque, ela afirmou que teve pesadelos durante dois anos e meio.

A psicóloga continuou seu depoimento dizendo que, abalada com tudo, pediu demissão da empresa e se mudou para Portugal, onde viveu um mês na casa de amigos. Porém, como é portadora de uma doença auto-imune, teve que retornar ao Brasil para continuar seu tratamento. Depois mudou-se para o Rio Grande do Norte a fim de trabalhar junto a comunidades pesqueiras. Mas há cerca de um ano Teodoro descobriu onde ela estava e voltou a ameaçá-la. A vítima contou que procurou a polícia local, mas, como não tinha provas do assédio, o caso não foi investigado.

De acordo com Durval Ângelo, além do depoimento de acusação, o suspeito ainda tem uma vasta ficha criminal, que inclui cárcere privado, porte ilegal de armas, falsidade ideológica, entre outros. Com isso, foi pedido há cerca de 15 dias a revogação do habeas Corpus do executivo, em Capelinha. Na tarde desta sexta-feira, o poder judiciário da cidade do Norte de Minas aceitou o pedido de revogação e decretou a prisão do ex-presidente da Arcelor.

Com o mandato de prisão, a corregedoria da Polícia Civil esteve na noite desta sexta-feira na casa de Rubens da Costa, no Buritis, onde ele foi preso. Os deputados que compõem a Comissão de Direitos Humanos aconselharam a vítima a entrar com pedido de danos morais contra a empresa Arcelor, antiga Acesita, por não ter tomado nenhum providência contra o ex-presidente da empresa.


Com ALMG

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