quinta-feira, 25 de agosto de 2011


A vida por um fio de agentes penitenciários

Adeilton Martins Macedo é a vítima mais recente.
Nos últimos seis meses de 2010, dez agentes foram
assassinados em Minas
Agentes penitenciários vivem no limite da pressão. Eles reclamam do dever de servir ao Estado com salários baixos e péssimas condições de trabalho, tendo que enfrentar o medo de represálias de presos violentos. Segundo o sindicato da categoria, só nos últimos seis meses do ano passado, dez agentes foram assassinados em Minas. Já a Secretaria de Estado de Defesa Social, tem outros dados. O número oficial é de oito agente mortos desde 2006. 
Marcas no braço de balas. Em vinte anos de trabalho um agente penitenciário diz que já enfrentou várias situações de risco e ameaças no sistema carcerário. A identidade dos entrevistados foram preservadas por medida de segurança. "O preso quer telefone, droga, visita íntima e fica tentando coagir a gente a isso. Já fui agredido e alvejado por arma de fogo", conta um deles.
Um outro agente de 50 anos estava na penitenciária Nelson Hungria, em 2009, quando colegas foram rendidos por detentos. Ele conta que os homens foram pegos e rasgaram as costas de um deles com faca. "E a gente sem poder fazer nada. Ficaram dois dias com eles", relata. Ele conta que no interior de Minas Gerais, em Ipaba, um agente violentado por detentos não superou as conseqüências. "Um colega nosso ficou quase três dias preso na rebelião. Afastaram ele do serviço, em decorrência das sequelas e do psicológico teve que fazer cirurgia, não aguentou e morreu". 
De acordo com o sindicato da categoria a motivação seria a atividade profissional. Adeilton Martins Macedo, de 31 anos, foi a vítima mais recente. Ele era agente penitenciário há 11 anos e foi assassinado pouco depois de sair de um bar, na região de Venda Nova.
A vítima estava em um carro sozinho quando, segundo testemunhas, um Pegeout vermelho emparelhou com o veículo e foram feitos vários disparos. O agente foi baleado nas costas e na cabeça. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. Para a polícia, o crime tem características de execução porque nada foi levado. A família desconfia de uma vingança.
A situação levou representantes do sindicato à sede do governo do Estado. Eles pediram rapidez na apuração do assassinato e uma legislação que garanta os direitos dos agentes penitenciários.


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