quinta-feira, 24 de março de 2011

Pesquisa aponta que ASPs atuam em ambiente perigoso, insalubre, inadequado e precário para existência pessoa

Published by sindasp on 23/03/2011 (194 reads) Carlos Vitolo Assessor de imprensa do Sindasp-SP Uma pesquisa do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (USP) estudou a psicologia dos Agentes de Segurança Penitenciária (ASP), como integrantes de um grupo profissional no exercício de sua função no interior do cárcere. O estudo, que tem como título, “O espaço de vida do agente de segurança penitenciária no cárcere: entre gaiolas, ratoeiras e aquários” é uma tese de doutorado do pesquisador e psicólogo Arlindo da Silva Lourenço. Como objeto de estudo, a tese analisou 27 agentes penitenciários de duas unidades masculinas do Estado. De acordo a pesquisa, os servidores penitenciários foram observados por 120 horas, o que corresponde a dez plantões, “em três situações de trabalho, especialmente nas portarias e nas gaiolas das penitenciárias”. De acordo com o autor, “a sistematização das análises permitiu inferir que: i) o ambiente das prisões não é apenas perigoso e insalubre, como também lugar de trabalho precarizado e pauperizado; ii) as pessoas dos ASPs ressentem-se da condição inadequada de trabalho, mas poucos conseguem, no sentido da transformação do ambiente; iii) as más condições de trabalho levam à precarização da própria existência pessoal dos ASPs; iv) o ambiente da prisão leva à vitimização das pessoas, sejam funcionários ou presos”. Durante as considerações finais, é impressionante algumas das conclusões da pesquisa. O autor destaca que os Agentes de Segurança Penitenciária sofrem com a pena de reclusão, apesar de não serem eles os prisioneiros. “Atrás dos muros ou das grades de uma prisão, funcionários adoecem, ou morrem, de forma silenciosa e sem grandes alardes: transtornos de humor e transtornos neuróticos, uso abusivo de substâncias psicoativas, desordens ansiogênicas, dificuldades para dormir ou respirar, frustração profissional, alta insatisfação nas tarefas, dificuldades em manter um relacionamento conjugal satisfatório e até mesmo suicídios. O espaço de vida do ASP no interior do cárcere, é algo que limita as possibilidades de desenvolvimento pessoal e de grupo”. Clique para baixar o texto completo da tese

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